27/09/2012

Pelo fim da «especulação alimentar»


MUNDO
Petição
Texto Miguel Marujo | Foto Lusa | 27/09/2012 | 12:27
Especulação financeira é apontada como «um dos principais indutores do aumento dos níveis dos preços» dos alimentos «e da sua volatilidade», de acordo com a Oikos, em carta dirigida aos deputados portugueses no Parlamento Europeu
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A Oikos – Cooperação e Desenvolvimento aproveita esta iniciativa para divulgar uma petição alargada a todos os cidadãos que defende o “fim da ‘especulação alimentar’ no mercado europeu”, disponível no site da organização.

No texto que acompanha o anúncio destas iniciativas, a Oikos recorda o momento em que a Europa discute a revisão atual da diretiva “Markets in Financial Instruments (MiFID)”, num quadro em que, segundo esta organização não governamental, não se pode ignorar a recente tomada de posição das agências da ONU para a área – FAO, FIDA e PAM – em que “estas instituições [avisavam] que o recente aumento no preço de alimentos essenciais como o milho, o trigo e a soja pode conduzir a uma nova crise alimentar que será uma réplica da crise de 2007/08 e da de 2011”. 

Como nota a Oikos, «os picos de preços dos alimentos e de outras mercadorias fungíveis essenciais afetam sobretudo os consumidores mais pobres». Para logo recordar que «como resultado do pico dos preços de alimentos de 2007/08, cerca de 100 milhões de pessoas foram conduzidas à situação de fome». Hoje, a situação tem idênticos paralelismos. E perigosos: «Muitos dos produtores e dos utilizadores finais estão a ser excluídos dos mercados de derivativos devido aos elevados custos associados com a volatilidade». 

Por isso, insiste a organização de cooperação, «com a possibilidade eminente da revisão da diretiva que regula o mercado financeiro e os seus instrumentos, a nível europeu, a Oikos decidiu juntar-se ao apelo e alertar os deputados portugueses para o facto de que a especulação financeira é um dos principais indutores do aumento dos níveis dos preços e da sua volatilidade, a par da produção dos biocombustíveis e dos fenómenos meteorológicos extremos». A palavra agora é dos cidadãos – e dos eurodeputados.

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