16/02/2016

Dois dedos de prosa com o arcebispo de Fortaleza

Dom José Antonio Aparecido Tosi Marques.


A semana foi marcada pelo lançamento da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016. Este ano, diferentes igrejas decidiram se unir para assumir a responsabilidade de cuidar da natureza e de, principalmente, cobrar do poder público melhorias na rede de saneamento básico do Brasil. O arcebispo de Fortaleza, dom José Antonio, que lançou a campanha na Capital, acredita que não só a reflexão, mas o engajamento de todos os religiosos na causa pode colaborar para a convivência harmônica com o planeta.


“Sem as condições de vida, não se pode promover a fraternidade”


OPOVO.dom – Em edições anteriores da Campanha da Fraternidade, a Igreja Católica tomou a frente de lutas que eram e continuam sendo de toda a sociedade civil, como no caso do combate ao tráfico humano, em 2014, e da necessidade de melhorias na Saúde e na Segurança Pública, em 2012 e 2009, respectivamente. Por que a preocupação, hoje, com a garantia do acesso ao saneamento básico?


Dom José Antonio Aparecido Tosi Marques – Porque o saneamento básico tem se mostrado uma das urgentíssimas necessidades sociais e de convivência para a qualidade da vida humana. A Campanha da Fraternidade promove a fraternidade. Sem promover as condições de vida, não se pode promover a fraternidade, que depende de as pessoas terem aquilo o que é necessário.


OP.dom – Atualmente, estamos em guerra declarada contra mosquitos e vírus causadores de doenças que acarretam consequências graves. Como o senhor interpreta este momento?


Dom José Antonio – Tudo depende de uma ação conjunta e de uma participação pessoal. Nós melhoraremos na saúde, na vida humana, no combate às doenças, se nós formos organizados, tomarmos atitudes coerentes com aquilo e, socialmente, promovermos um ambiente que nos respeite e que respeite a situação de vida das outras pessoas.


OP.dom – Dessa forma, então, é possível para o ser humano voltar a viver em equilíbrio com a natureza?


Dom José Antonio – Sem dúvida. Nós viveremos em harmonia com a natureza se nós respeitarmos a natureza e cuidarmos dela, para que ela cuide de nós.


OP.dom – O senhor acredita que o planeta pode, ainda, voltar ao seu estado mais puro? Ou nós já o deterioramos tanto a ponto de termos, somente, de remendá-lo?


Dom José Antonio – Nós temos de consertar muitas coisas estragadas, assim como nós temos de fazer na nossa própria vida particular. Hoje, se nos convertemos e buscamos uma qualidade de vida, não vamos desfazer a história que nós vivemos e as marcas que nós trazemos. Nós não voltamos ao estado puro, mas devemos procurar o melhor.


Luana Severo


Repórter do Núcleo de Cotidiano do O POVO



Dois dedos de prosa com o arcebispo de Fortaleza

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