CIDADE DO
VATICANO, terça-feira, 14 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) – Recém-passada a
Jornada Mundial dos Enfermos, na festa litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, e
fazendo referência ao Evangelho deste domingo (Mc 1,40-45), o papa Bento XVI
voltou a falar do significado espiritual da doença.
Se no
domingo anterior testemunhamos várias curas milagrosas, Jesus agora está em
contato com a lepra, ou "a forma de doença considerada naquela época a
mais grave de todas, a ponto de tornar uma pessoa ‘impura’ e excluí-la das
relações sociais", observou o Santo Padre.
Jesus,
porém, ao encontrar um leproso em uma aldeia da Galileia, tem um comportamento
diferente. Quando o doente diz: "Se quiseres, podes me curar", Jesus
não se afasta, mas, impulsionado pela participação íntima na sua condição,
estende a mão e o toca, superando a proibição legal, e diz: "Quero. Sê
purificado".
Nesta
nova cura milagrosa e nas palavras de Cristo, está presente "toda a
história da salvação, está encarnada a vontade de Deus de nos curar, de nos
purificar do mal que desfigura e que arruína o nosso relacionamento",
disse o Santo Padre.
Este ato
de Jesus destrói "todas as barreiras entre Deus e as impurezas humanas,
entre o sagrado e o seu oposto", continuou Bento XVI. Embora o mal esteja
sempre presente, "o amor de Deus é mais forte" e derrota até mesmo o
mal "mais contagioso e terrível". É como se Jesus “tivesse 'se
tornado leproso' para que fôssemos purificados”.
Bento XVI
mencionou a experiência de São Francisco de Assis com os leprosos. O santo
padroeiro da Itália, em seu testamento, recorda: "Quando eu estava em
pecado, parecia muito amargo ver os leprosos, e o próprio Senhor me conduziu
até eles e eu tive deles misericórdia".
O santo,
em seguida, fala de como a sensação de amargura se transformou em "doçura
de alma e corpo". Ao abraçar um leproso, Francisco realiza a cura da sua
"lepra espiritual", do seu orgulho, e se converte ao amor de Deus.
"Esta é a vitória de Cristo, que é a nossa cura profunda e a nossa ressurreição
para a vida nova!", comentou o Santo Padre.
Na
invocação a Maria, o papa recordou a exortação "atemporal" que Nossa
Senhora fez a Santa Bernadete: o convite à oração e à penitência.
"Através
da sua Mãe, é sempre Jesus que vem até nós, para nos livrar de todas as doenças
do corpo e da alma. Deixemo-nos tocar e nos purificar, e tenhamos misericórdia
para com os nossos irmãos", concluiu o papa.
Zenit - Lucas Marcolivio
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