Blanc cita exemplos italiano e croata para levar a campo formação mais defensiva. Espanhóis desconfiam de vocação francesa para retranca
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Laurent Blanc montou uma França ofensiva, com bom toque de bola e que passou 23 partidas sem perder. Um time que ele gostaria que fosse como a Espanha. Mas após a derrota para a Suécia, que colocou exatamente os espanhóis no seu caminho, o treinador, que era zagueiro em seus tempos de jogador, foi buscar inspiração numa equipe de estilo defensivo. Quando Espanha e França entrarem em campo neste sábado, às 15h45 (de Brasília), com transmissão ao vivo da TV Globo, de SporTV, SporTV.com e do GLOBOESPORTE.COM, em Donetsk, pelas quartas de final da Euro 2012, os franceses vão tentar ser mais parecidos com a Itália. Mas nem os adversários parecem acreditar que eles irão conseguir.
- Assim, a princípio, me custa acreditar que a França virá muito fechada, porque tem jogadores que gostam de ir à frente, que gostam de ter a bola. Não acredito nisso, mas no futebol tudo pode acontecer. A França tem um grande treinador, grandes jogadores e esteve mal em uma única partida. Antes, jogavam um ótimo futebol e estavam invictos há muito tempo - afirmou o treinador adversário Vicente del Bosque.
Laurent Blanc busca inspiração na Itália e na Croácia para tentar segurar os craques espanhóis (Foto: AFP)
O dilema de Blanc nasceu exatamente na derrota para os suecos por 2 a 0, na terça-feira, em Kiev, pela última rodada da primeira fase. Um resultado que trouxe mais indefinições do que as certezas que o técnico havia acumulado nas 23 partidas sem perder. Como Blanc lembrou na véspera da partida em Donetsk, do outro lado desta vez estará a Espanha, "um time tecnicamente em outro nível em relação à Suécia".
- O problema no futebol, seja quando você enfrenta a Espanha ou qualquer outro time, é o momento em que você deve se adaptar ao adversário, quando ele tem a posse de bola. Mas, com a Espanha, eles têm 70% de domínio do jogo, e sobra apenas um terço. Então teremos que usar esse tempo para tentar armar o jogo do nosso jeito. Mas, no resto da partida, eles terão a posse e não irão perdê-la.
Cabaye está de volta à equipe francesa, após ter
Por isso, Blanc terá que buscar opções para deixar seu time menos exposto. A primeira delas é a importante volta do meia Yohan Cabaye, poupado contra a Suécia. A segunda, uma provável entrada de Jérémy Ménez no lugar de Samir Nasri - apontado pela imprensa francesa como um jogador pouco querido pelo grupo. O objetivo é repetir o que italianos e croatas conseguiram fazer durante a primeira fase, e ir mais além.
- Alguns times causaram problemas à Espanha, como a Itália. A Croácia também teve chance de vencer. Temos que saber aproveitar as oportunidades que surgirão. Essa tem que ser a nossa atitude - diz Blanc, que não terá à disposição o mais italiano de seus zagueiros, Philippe Mexès, do Milan, suspenso, e que será substituído por Laurent Koscielny.
Do lado espanhol, ninguém parece crer numa França retrancada. Tanto que na hora de falar sobre o adversário, os espanhóis lembram o poder ofensivo da equipe.
- Eles têm Karim Benzema, que é um jogador que faz a diferença e que deve ser acompanhado de perto o tempo todo. Ele ainda não fez gols no torneio, mas tem sido importante para a equipe. Espero que ele não resolva marcar contra nós - elogiou o zagueiro Sergio Ramos, companheiro do francês no Real Madrid.
- Jogadores como Franck Ribéry preferem ter a posse de bola, não correr atrás dela. Não vejo como algo tão claro que a França mudará seu estilo. Mas nós sabemos o que fazer e temos variações táticas para fazer adaptações de acordo com o adversário - disse o meia Juan Mata.
Sergio Ramos é um dos jogadores da Espanha que não acreditam em uma retranca francesa (Foto: Reuters)
O treinador Vicente del Bosque disse ainda ter dúvidas em relação à sua equipe, mas a tendência é que o atacante Fernando Torres siga no time titular, com Cesc Fàbregas mais uma vez no banco. O vencedor do duelo entre Espanha e França continuará em Donetsk para encarar Portugal, na quarta-feira, por uma vaga na final da Eurocopa.
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