Desde 1947, Ajuda à Igreja que Sofre vela por quem foi forçado a deixar sua terra
ROMA, quinta-feira, 21 de junho de 2012 (ZENIT.org) - Era 1947 quando o padre Werenfried começou a bater às portas flamengas implorando ajuda para os 14 milhões de alemães que fugiam da Alemanha Oriental. Desde então, em 65 anos de história, a Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) jamais se esqueceu daqueles que são forçados a fugir das próprias casas.
Etiópia, Tunísia, Israel, Mianmar. Só nos últimos quatro anos, a fundação pontifícia doou para projetos em prol dos refugiados mais de 600 mil euros. São ajudas de emergência, mas elas também apoiam o cuidado pastoral e a educação. É o caso de "Salve o Salvável", iniciativa histórica da AIS, programa escolar nascido em 1986 para as crianças dos campos de refugiados em Cartum, no Sudão.
No Dia Mundial do Refugiado, muitos se lembraram e manifestara a sua gratidão. "Em nome de todos os nossos alunos, agradeço à AIS e a todos os seus benfeitores", escreve do Cairo o padre Jamel Araya, missionário comboniano da Igreja do Sagrado Coração. Na capital egípcia, os combonianos promovem há vários anos um programa educacional para jovens refugiados sudaneses -e agora também sul-sudaneses- de 5 a 19 anos. "A educação é um fator-chave para o desenvolvimento humano", diz o clérigo, acrescentando orgulhosamente que "neste ano tivemos mais de 1.200 matrículas nas nossas três escolas".
Os centros educacionais se localizam nos bairros mais pobres da cidade, onde os refugiados vivem, e envolvem, entre professores e funcionários, quase uma centena de refugiados sudaneses. A AIS apoia as atividades interculturais que põem os alunos em contato com os seus homólogos egípcios. "Assim, os jovens compartilham as suas culturas e aprendem a se abrir uns para os outros. E os nossos jovens alunos conseguem se integrar mais facilmente à sociedade em que vivem".
Em Mianmar, a fundação enviou no ano passado ajudas de emergência para refugiados nas dioceses de Myitkyina e Banmaw. Na Tunísia, vem apoiando os refugiados líbios.
Em 2012, os projetos implementados pela AIS para os refugiados, somando cerca de 230 mil euros, responderam aos acontecimentos mais recentes e trágicos. É essencial o apoio ao Sudão, em particular às dioceses de El Obeid e Kosti, que receberam duas das maiores doações, assim como à Síria, com a sua região de Wadi Alnasara, que em árabe significa precisamente "Vale dos cristãos": lá, depois da explosão de violência em Homs e nas aldeias circundantes, milhares de pessoas estão refugiadas.
As necessidades dos sírios se juntam às dos iraquianos refugiados no país. Desde 2003, eles atravessam a fronteira às multidões e se abrigam em cidades como Damasco e Aleppo. A AIS nunca lhes deixou faltar o seu apoio.
Em Istambul, a fundação ajuda o programa dos padres salesianos para as crianças iraquianas refugiadas, assim como as suas famílias. Muitas crianças não sabem ler nem escrever, já que no Iraque, por causa da violência, os pais optaram por não mandá-las para a escola. Com professores iraquianos, os religiosos dão aulas para mais de cem alunos, enquanto dirigem juntamente com voluntários um centro para a juventude. "Nada disto seria possível sem a Ajuda à Igreja que Sofre", diz dom Andres Calleja, reitor dos padres salesianos de Istambul. "Ela é para nós uma mão amiga que alivia o nosso sofrimento e nos dá esperança, desejo de lutar e fé na humanidade".
(Trad.ZENIT)
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