11/07/2012

Comunicar o Evangelho com mais poesia


Sínodo dos Bispos sobre nova evangelização aconselha recurso a novas linguagens

Cidade do Vaticano, 11 jul 2012 (Ecclesia) – A Igreja Católica deve recorrer à poesia e à estética para comunicar a sua mensagem, sublinha um artigo publicado hoje na capa do jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’.
O tema é abordado por Robert Imbelli a propósito da próxima assembleia do Sínodo dos Bispos, dedicada ao tema “A nova evangelização para a transmissão da fé cristã”, que decorre de 7 a 28 de outubro no Vaticano.
Imbelli cita o texto que os prelados vão debater na aula sinodal: “Temos (...) muitas vezes a impressão de não conseguirmos dar corpo (...) [à] esperança, de não conseguirmos ‘fazê-la nossa’, de não fazer dela palavra viva para nós e para os nossos contemporâneos, de não a assumir como fundamento das nossas ações pastorais e da nossa vida eclesial” (n. 166).
“A Igreja sente como seu dever ser capaz de imaginar novos instrumentos e novas palavras para tornar audível e compreensível também nos novos desertos do mundo a palavra da fé que nos regenerou para a vida verdadeira em Deus», refere o n. 8 do documento de trabalho (Instrumentum Laboris), igualmente citado no artigo.
O autor cita a obra “A Secular Age”, de 2007, assinada pelo filósofo católico canadiano Charles Taylor, que “descreve em detalhe as fases que conduziram ao atual estado secular”, apontando as perdas e os ganhos desta transição.
O estudo realça a necessidade de a Igreja imaginar uma linguagem “fresca”, “criativa” e ao mesmo tempo “mais afetuosa e poética”, inspirada “na dimensão estética da experiência, através da música, da arte ou da literatura”, explica Imbelli.
O último capítulo do volume de Charles Taylor sublinha que o padre inglês Gerard Manley Hopkins (1844-1889) e o leigo francês Charles Péguy (1873-1914), poetas católicos, exemplificam a capacidade de criar uma linguagem “mais integral e evocativa”.
Hopkins “reavivou o sentido sacramental de um mundo ‘ao qual foi confiada a grandeza de Deus’”, enquanto Péguy “transmitiu de modo poético um sentido vivo da comunhão de todos os santos, unindo terra e céu”, observa o artigo.
SNPC/RJM

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