Catarina vai à Capela, na Rua do Bac, em Paris, e encontra a Santíssima Virgem, que lhe diz: “Vem ao pé deste altar; aqui serão espalhadas as graças sobre todos quantos as pedirem com fervor e confiança; serão entornadas sobre os grandes e os pequenos. Minha filha, Deus quer encarregar-te de certa missão, não te faltarão dificuldades, mas ultrapassá-las-ás pensando que fazes isso para a glória de Deus. Serás contradita, mas terás a graça; nada temas. Exprime tudo quanto se passa em ti, com simplicidade e confiança, a quem está encarregado de te orientar. Verás muitas coisas; serás inspirada nas tuas orações; refere-o a quem tem o encargo da tua alma. Tem confiança, não receies… Os tempos são muito maus; desgraças irão desabar sobre a França e sobre o mundo inteiro… A cruz será desprezada, o sangue correrá pelas ruas. O Sr. Arcebispo morrerá… Mas, eu estarei convosco. Não percais a coragem.”
Maria passa a algumas recomendações para as comunidades das Filhas da Caridade, apontando defeitos a corrigir. Finalmente, Maria comunica ainda a Catarina de Labouré o projeto da fundação de uma nova Associação de Jovens – a Juventude Mariana Vicentina.
Nossa Senhora das Graças viria a aparecer novamente a Santa Catarina Labouré a 27 de Novembro de 1830, no mesmo local, pedindo que se cunhasse uma medalha, a Medalha Milagrosa.
Foi nesta primeira aparição de Nossa Senhora das Graças a Santa Catarina Labouré, no dia 18 de Julho de 1830, há 182 anos, que a Virgem Maria pediu à noviça que fosse criada a Associação Juventude Mariana Vicentina, da qual sete milhões de jovens em todo o mundo pertencem.
Significa, portanto, que ainda nos dias de hoje continuamos a cumprir o pedido de Maria que nos foi transmitido por Catarina. É, pois, muito importante que tenhamos a noção da responsabilidade que carregamos aos nossos ombros! Foi a nós que Nossa Senhora escolheu, e, ao dizermos o nosso SIM à nossa Mãe do Céu, assumimos o compromisso se seguir Cristo, inspirados por Maria e São Vicente de Paulo.
Oremos, pois, para que tenhamos a graça de poder continuar a cumprir da melhor forma o desejo manifestado por Nossa Senhora, Mãe do Céu e da Igreja, seguindo a vontade do Pai e caminhando com Jesus Cristo.
A JMV na Arquidiocese de Fortaleza
A Juventude Mariana Vicentina no Ceará chegou em 1867, treze anos após a criação da Diocese de Fortaleza, somente para moças que frequentavam as casas das Filhas da Caridade. O primeiro Centro da JMV no Ceará foi sediado no Colégio da Imaculada Conceição em Fortaleza. Segundo a ex-coordenadora do centro, Magde Schaumann, a fundação da JMV Fortaleza se deu no dia 31 de Maio de 1867 no Colégio da Imaculada Conceição, pela Irmã Bazet, Filha da Caridade, francesa e primeira diretora do Colégio, iniciando o movimento com apenas 6 jovens. Aos poucos, foi aumentando o número de membros e então a Associação ficou dividida em duas seções: a 1ª constituída pelas alunas e ex-alunas do Colégio; a 2ª, pelas alunas do Externato São Vicente de Paulo, da antiga Escola Dominical e pelas demais jovens de Fortaleza. As reuniões ocorriam nos quartos domingos do mês, após a Missa das 7hrs, celebrada pelo capelão do Colégio. Havia o café da manhã servido no refeitório, em seguida, na Gruta de Nossa Senhora de Lourdes era feita a chamada de frequência, depois se ouviam as palavras do diretor espiritual e as orientações da Irmã responsável pela Associação.
Os anos se passaram e nasce um imenso desejo de se construir uma capela anexa ao Colégio da Imaculada Conceição. Segundo os registros do historiador cearense Miguel Nirez Azevedo, a Associação dos Filhos de Maria (hoje a Juventude Mariana Vicentina) foi a maior responsável juntamente com as Filhas da Caridade e as Damas da Caridade de Fortaleza pela construção, manutenção e organização pastoral da Capela do Pequeno Grande, que já sediou a Catedral Metropolitana de Fortaleza durante a reforma, quase centenária, do prédio atual.
Registra-se que, dirigiu a Juventude Mariana Vicentina em Fortaleza em meados do ano de 1890, o jovem José Moreira da Rocha, conhecido mais tarde pelo designo profissional de Desembargador Moreira, que governou o estado do Ceará 34 anos depois do governo na JMV Fortaleza.
Fato marcante para a Juventude Mariana Vicentina da Arquidiocese de Fortaleza durante seu percurso foi o Congresso Regional, ocorrido nos dias 15, 16 e 17 de agosto de 1958, contando com a presença de cinquenta e três Associações Marianas, do Norte e Nordeste do Brasil. Durante o dia, os trabalhos do Congresso eram realizados no Colégio da Imaculada e, à noite, o Teatro José de Alencar abria suas portas para as sessões solenes. “Oração e Penitência” foi o tema geral do Congresso, em comemoração ao centenário das aparições de Nossa Senhora de Lourdes à camponesa Bernadette Soubirous. Outros congressos que marcaram a vida da Província foram: Natal e Fortaleza – Fim da década de 50 para início de 60.
Em 1953 a JMV prosseguiu na missão das Irmãs Marcillac e Parisot, ambas francesas que assumiram a missão de animar os centros do Ceará ainda dependentes da Província do Rio com Grupos de Filhos de Maria e Benjaminas da Virgem, também denominado de Benjaminas de Maria.
Em 1957, Fortaleza torna-se sede da Província do Norte (Bahia à Amazonas) que é dividida em regionais com grupos muito vivos e numerosos, confiados a Assessoria Espiritual da Irmã Inês de Barros Lima FC. e ao Padre Vicente Zico CM. Na época uma revista “Benjaminas Unidas”, hoje a revista Sintonizando, circulava por toda a Província. Padre Luis Gonzaga de Oliveira exerceu a direção espiritual da Associação por algum tempo, entregando a função em 1964 ao Pe. Joaquim Dourado, e em 1965 esteve assessorando a Associação a Irmã Edvanir Lopes.
Depois de uma crise causada pela repressão militar em Decorrência da Ditadura de 1964, época Pós-Conciliar, a Associação ressurge em 1975 com a Irmã Dijesu Pinto, com o nome Movimento Marial.
Em 1985 a Sé Romana em consonância com a Coordenação Internacional da Entidade vinculada ao Pontifício Conselho para os Leigos, comunica a mudança de nomenclatura para Movimento Marial Vicentino.
Em 1995 a Província de Fortaleza vive um fabuloso Congresso com sede no Centro Mére Rogé em Fortaleza. A Coordenação, era composta pelos Jovens: Nelsione Sombra, Cláudio, Adão, Andréa, José Wilson e Orlando e pelas Irmãs: Eudóxia, Lúcia Leila e Leda Benevides, como também por Otília Nunes, Agente de Pastoral da Arquidiocese de Fortaleza.
Em 1991 já intitulada de Juventude Marial Vicentina, após mais um pronunciamento da Sé, a associação em Fortaleza é assessorada pela Ir. Leda Benevides; em 2002 pela Ir. Ana Gonçalves Costa; em fevereiro de 2006 pela Ir. Francisca Lenice Sousa e em novembro de 2011, com os Estatutos Nacionais aprovados e denominada pela Santa Sé de Juventude Mariana Vicentina, a Província de Fortaleza conta com a assessoria de Irmã Regina Souza e Padre Emanuel Bonfim CM.
A JMV no Brasil
A Juventude Mariana Vicentina chega ao Brasil em 1865. Seu primeiro Centro de Coordenação Nacional se encontrava no Rio de Janeiro, no prédio onde hoje funciona o Hospital São Vicente de Paulo na Tijuca. Transfere-se em 1971 para Petrópolis, em 2005 para Curitiba, e em 2011 para São Paulo.
Durante toda a vida da entidade no país, realizam-se grandes Assembleias, Congressos e Encontros Nacionais sempre visando à unidade da associação no país, tendo em vista que a JMV divide-se em seis províncias até então independentes uma da outra. São elas: Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza e Amazonas. Cada uma possui sua sede, sua direção e assessoria. Entretanto, em 2011 foi revisado e aprovado o novo estatuto da entidade no Brasil que visa à unificação das províncias no desejo da reorganização nacional.
No total, a Juventude Mariana Vicentina no Brasil possui aproximadamente duzentos centros onde mais de dois mil jovens se associam e trabalham voluntariamente pelo bem comum dos mais desfavorecidos na sociedade e pela educação na fé de outros jovens.
A JMV no Mundo
A Juventude Mariana Vicentina no mundo possui todo um trabalho e organização internacional da entidade. Desde Pio IX, a JMV teve profícua atuação no Vaticano ao lado dos sucessores de Pedro que nos acolheram na organização da Igreja no mundo desde a aprovação pontifical da JMV, decretada por Pio IX em 1847.
A JMV possui duas sedes internacionais, a sede administrativa (secretariado) em Madrid na Espanha e o Centro de Peregrinação Internacional na Capela da Medalha Milagrosa em Paris na França.
Hoje são ao todo 7 milhões de jovens e adultos em todo o mundo, distribuídos também na Associação da Medalha Milagrosa em alguns países. A JMV é presença em quase todos os países com numerosos Grupos e Centros animados e integrados em sua maioria pela juventude.
Por Guilherme G. Azevedo, articulador da Juventude Mariana Vicentina na Arquidiocese de Fortaleza e CNBB Ne 1
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