Um grupo de cem religiosos e religiosas formaram o mutirão da Vida Religiosa Consagrada no 3º Congresso Missionário Nacional. De acordo com o missionário comboniano, padre Alcides Freitas, esse encontro reflexivo tem a finalidade de provocar a própria Vida Religiosa na sua dimensão missionária, no seu compromisso missionário.
"Só podemos assumir tarefas missionárias se tomamos consciência dos desafios que a sociedade nos coloca como vida religiosa missionária e ainda fazer com que este seminário nos ajude a assumir tarefas missionárias dentro das chamadas novas fronteiras da missão, da questão do trafico de seres humanos, da questão indígena, da questão das minorias étnicas, da violência e nos ajudar a não olhar só para dentro, mas para outras situações missionárias. Como Igreja temos essa responsabilidade de partilhar aquilo que somos com outras culturas, outros povos no mundo", afirmou.
Para padre Alcides a perspectiva é que se reforce cada vez mais a perspectiva missionária da Vida Religiosa. Outros eventos acontecerão num pós-congresso com essa finalidade.
"Esse espaço foi concedido por serem protagonistas interlocutores da missão da Igreja, pois ao mesmo tempo que são sujeitos são receptores da mensagem. Neste caso não existe sujeitos mas interlocutores porque aqueles que evangelizam são evangelizados. Sua voz ressoa como quem envia e recebe a missão", disse padre José Altevir, superior provincial dos espiritanos no Brasil.
Durante as atividades do mutirão os religiosos e religiosas trabalharam a sua identidade num mundo secularizado e pluricultural, os desafios para a Vida Religiosa Missionária, a sua presença na Missão Ad Gentes, nas novas fronteiras; (tráfico de pessoas, encarcerados, povos indígenas, meio ambiente, direitos humanos, adolescência e juventude missionária em situações de risco, a unidade e o intercambio entre as diversas congregações religiosas (intercongregacionalidade) e a formação missionária permanente.
O grupo ressaltou como um dos maiores desafios da Vida Religiosa num mundo secularizado, não se deixar perder pela lógica do mundo marcado pelo consumismo. Quanto à formação para a missão, desde a formação inicial a Vida Religiosa deve formar a consciência e o despertar para a missão, principalmente através do contato com o povo; superar o modelo da Igreja da visibilidade e do triunfalismo. Sobre a identidade da Vida Religiosa num mundo pluricultural e secularizado ela é uma provocação e contra-mão , é presença profética na opção preferencial pelos pobres e sinal de esperança que reafirma a verdade do absoluto.
Sobre o lugar da Vida Religiosa no Congresso padre Estevão Raschietti, missionário xaveriano, ressaltou que o que justifica essa presença é o fato de que a missão precisa de consagração e consagração significa doação da vida na sua totalidade.
Segundo ele, a Vida Religiosa recupera os seus fundamentos, redescobrindo a missão, que precisa de uma consagração total, o que é próprio deste estilo de vida.
"A perspectiva é que num pós-congresso religiosos e religiosas reafirmem a sua importância para a missão. Se perdermos o sentido da consagração, desaparece a missão", relatou.
O mundo secularizado para padre Estevão contribui para que a Vida Religiosa reafirme sua identidade.
"Para a Vida Religiosa Consagrada o mundo secularizado a chama a redescobrir a própria identidade que é a questão da transcendência, da relação com Deus. O mundo secularizado já se apropria de muitas emancipações em todos os níveis e à Vida Consagrada compete reafirmar o princípio de Deus como sentido libertador", concluiu.
Nas considerações sobre o trabalho de grupo a assessora do mutirão, Irmã Ignes Costalunga manifestou sua satisfação em ver a Vida Consagrada reunida em mutirão e construindo juntos numa partilha de e entre iguais.
"Na Vida Religiosa do passado alguém ensinava e a gente tinha que aprender. Hoje cada pessoa colabora, ajuda a fazer a síntese o que revela uma mudança de época. Todos somos sujeitos, colaboramos para que os carismas existam e estejam a serviço da transformação da estrutura", relatou.
"Na Vida Religiosa do passado alguém ensinava e a gente tinha que aprender. Hoje cada pessoa colabora, ajuda a fazer a síntese o que revela uma mudança de época. Todos somos sujeitos, colaboramos para que os carismas existam e estejam a serviço da transformação da estrutura", relatou.
Fonte: Assessoria de Comunicação 3º CMN
Nenhum comentário :
Postar um comentário