Padre
Geovane Saraiva*

Da
incredulidade, indiferença, egoísmo e impiedade, caiu nas mãos de Deus. Foi
arrebatado e seduzido por Jesus de Nazaré, tornando-se o único e maior tesouro
de sua vida. “Se alguém está em Cristo é uma mova criatura. Passaram-se as
coisas antigas” (2Cr 5, 17). Charles de Foucauld nasceu na França e viveu de
1858 a 1916. No dia 30 de outubro de 1886 se submeteu a vontade de Deus,
ajoelhando e confessando os seus pecados.
Experimentou
uma alegria inexprimível, a alegria do Filho pródigo. Foi beatificado no dia 13
de novembro de 2005 pelo Papa Bento XVI. Seu testemunho e sua mística
encantaram os seus seguidores no mundo inteiro, numa grande paixão e fascínio
per Jesus de Nazaré, concretizado no amor e na solidariedade para com os que
estão longe do convívio social, os pobres e excluídos, buscando na Eucaristia a
força necessária para concretizar o projeto de amor.
A
partir da Eucaristia amou as pessoas do mundo inteiro. O Beato Charles de
Foucauld, indo habitar e levando a Eucaristia para os irmãos no Deserto do
Saara, tornou-se o homem da ternura e da compaixão, com uma enorme vontade de
ser amigo de todos, bons e maus, de amar a todos, indistintamente e ser de
verdade o irmão universal. Toda sua vida foi um profundo ato de amor: “Tão logo
que acreditei que existia um Deus, compreendi que não podia fazer outra coisa,
senão viver só para ele”.
O
caminho da contemplação e da oração deve ser o itinerário dos seus seguidores e
admiradores. Ele sempre se colocou no último lugar, com sua vida em harmonia
com o Evangelho, reservada e discreta, não se esforçando para converter
ninguém, mas querendo fazer uma única coisa: “proclamar bem alto o Evangelho
com a própria vida”.
O
grande mérito do Irmão Charles de Fuocauld foi viver o Evangelho no meio dos
conflitos e das tempestades, distanciando-se da “bondade”, como era conhecida
no seu tempo. Não se contentando e até se indignando com o anúncio do Evangelho
que não satisfaz, não converte e não transforma. Procurou assemelhar-se a Jesus
de Nazaré em tudo, sobretudo, na paixão e no calvário. Seu martírio foi consequência
da sua opção pelo Evangelho e a justiça do Reino.
Charles
de Foucauld traçou um caminho para os seus seguidores, propondo-lhes o caminho
da cruz e do Evangelho. Portanto, ao ouvir algo do irmão querido, com sua vida
e seus escritos, é impossível permanecer na indiferença. Ele nos conduz e nos
arrasta ao seguimento de Jesus de Nazaré, seu “bem-amado no Senhor”.
Cristo
precisa de nós, não como admiradores, cheios de sentimentos, mas como
seguidores. Que a voz profética deste irmão muito querido não cale jamais e que
as pessoas de boa-vontade se inspirem no Irmão Universal para descobrir o
caminho da contemplação e da oração, o caminho de Deus, tão bem percorrido pelo
querido irmão Carlos de Jesus, o irmão Carlos de Foucauld.
*Padre da
Arquidiocese de Fortaleza, Escritor, Membro da Academia de Letras dos
Municípios do Estado Ceará (ALMECE), e da Academia Metropolitana de Letras de
Fortaleza.
Pároco de
Santo Afonso
Autor
dos livros:
“O
peregrino da Paz” e “Nascido Para as Coisas Maiores” (centenário de Dom Helder
Câmara);
“A
Ternura de um Pastor” - 2ª Edição (homenagem ao Cardeal Lorscheider);
“A
Esperança Tem Nome” (espiritualidade e compromisso);
"Dom
Helder: sonhos e utopias" (o pastor dos empobrecidos).
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