13/11/2012

Médico dos pobres e abandonados



Texto Álavro Pacheco | Foto DR | 13/11/2012 | 15:14
Chama-Se Koh Young-cho e tem dedicado os últimos 35 anos da sua vida a ajudar os mais pobres e necessitados, incluindo os sem-abrigo e imigrantes ilegais. O voluntariado «torna-me mais jovem e apaixonado pela vida», diz o clínico
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A paixão deste neurocirurgião, diretor do Hospital Universitário de Konkuk, pelo serviço dos últimos da sociedade está longe de se extinguir. Para ele, ajudar quem mais precisa torna-o mais jovem e apaixonado pela vida. Nasceu numa família católica bastante devota e teve até mesmo a ideia de se tornar sacerdote, frequentando o seminário diocesano por cinco anos. Mas ao transferir-se para uma escola estatal, sentiu que Deus o chamava para outra área na qual se poderia dedicar ao serviço do próximo, tratando do corpo físico das pessoas e não do espiritual. 

Tendo estudado latim no seminário, foi-lhe mais fácil empreender o estudo de outras línguas estrangeiras, nomeadamente o inglês e o alemão, fundamentais para o estudo da medicina. Acredita que Deus o preparou para ser médico, pois só por milagre poderia um ex-seminarista ter acesso à Universidade de Medicina de Seúl, a melhor do país. Quando era estudante universitário, entrou para a União de Estudantes Católicos, dedicando-se a fazer voluntariado médico, tratando pessoas das classes urbanas mais pobres, bem como os sem-abrigo. 

Um dia, enquanto fazia voluntariado, descobriu a clínica de Jeonjingsang, em Seúl, com a qual iniciou uma relação de estreita colaboração que dura há 35 anos. Esta clínica foi aberta debaixo da supervisão do falecido cardeal Kim Sou-hwan, mentor de Koh, enquanto membro da Association Fraternelle Internationale. Ele colabora com mais duas clínicas sem fins lucrativos, ambas iniciadas sob a alçada do cardeal Kim: a clínica José trata os sem-abrigo e pessoas sem recursos económicos, enquanto a clínica Rafael se dedica aos imigrantes, na maior parte ilegais, todos com acesso limitado a tratamento médico. 

Dado ter também talento para a pesca, chamam-lhe o «pescador de médicos» por encorajar colegas a darem parte do seu tempo a estas clínicas, sobretudo quando há poucos médicos voluntários. Onde encontra ele tempo e motivação para o voluntariado enquanto diretor de um hospital? Ele diz que a dedicação de outros médicos voluntários é a sua maior fonte de inspiração. No passado mês de julho, ele recebeu do presidente da República o prémio de Mérito Civil; mas ele diz-se disposto a continuar a ajudar os mais necessitados até que as forças o permitam.

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