Por Cris Henrique – Missionária na Terra Santa
Este texto tende a ser mais ilustrativo para que possamos ter uma ideia do que é uma paisagem desértica, de forma particular o tão mencionado na Sagrada Escritura , o deserto da Judeia.
É, sem dúvida, um lugar de contemplação e silêncio, palco de muitos eventos bíblicos. O primeiro personagem bíblico que encontramos ligado a este deserto é Abraão. Ele que recebe a visita de Deus, anuncia a destruição das cidades de Sodoma e Gomorra. Jesus, para subir de Nazaré até Jerusalém, também passava por Ele.
É um lugar cheio de significado. Logo no primeiro século depois de Cristo, homens de diversas partes do Oriente se deslocaram até este lugar para viver em grutas; ainda hoje vemos vestígios dos habitantes deste território, como o mosteiro de São Jorge que, construído rente às rochas desérticas, com sua arquitetura singular encanta a todos que por lá passam.
Quando começam as primeiras chuvas, o deserto fica florido, a vida renasce. Vemos muitos animais que pastam por esta região “fértil”. Sim, o deserto da Judeia é considerado um deserto fértil, onde a vida é muito presente.
Ao contrário do que muitos podem estar pensando, lá existe água. Na ilustração abaixo, vemos a nascente do Vale de Wald Quelt. Nessa região, entende-se bem a importância da água, pois é ela que gera vida em nós. A água se mostra importante quando chegamos a ela com sede, suados e a encontramos fria e fresca.
Muitas vezes, a nossa vida é parecida com o este deserto, árida e cansativa. Em alguns momentos, ela pesa, vem o calor, o sol sobre nossas cabeças. Tudo fica tão fadigoso! Der epente, em meio a tudo isso, encontramos a água, a fonte que nos permite matar a sede.
No deserto da Judeia, é muito comum vermos os beduínos. Abaixo, a casa deles. Eles são nômades. O Governo de Israel tentou dar condições de vida urbana para essa pessoas, porém, eles continuam a viver no deserto. Podemos dizer que é o espírito do deserto que os guia. Eles professam a fé islâmica, a qual receberam culturalmente, porém vivem de uma forma pouco convencional, pois não há mesquitas no território onde eles estão.
Em meio ao deserto, podemos ser surpreendidos com um Oásis, esse que vemos chama-se Ein gede. Foi neste local que Davi se refugiu da perseguição de Saul. Neste local, Salomão passava seus invernos. Neste lugar, os pastores, ainda hoje, vêm com seu rebanho.
Este oásis é pequeno, porém abriga muitos animais do deserto como a corça, que é um animal muito dócil e caminha tranquilamente em meio aos turistas que visitam o local. Uma curiosidade a seu respeito é que ela não suporta o confinamento, é um animal livre e que busca água fresca nas fontes do Ein gede.
Há uma sede de plenitude presente em cada homem. Muitas vezes não entendida, pois, mesmo quando os sonhos mais profundos do coração se realizam, são insuficientes para nos tornarmos verdadeiramente preenchidos. Enfim, neste mundo, onde quer que estejamos, sempre necessitaremos de entrar no deserto para saciar este anseio profundo, presente em cada um de nós.
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