Os 194 países reunidos na 18ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-18), que ocorre em Doha, no Catar, aprovaram neste sábado (8) a prorrogação do período de validade do Protocolo de Kyoto até 2020, embora alguns países tenham se desvinculado do acordo. Com um dia de atraso e após uma intensa noite de negociações, as autoridades presentes confirmaram a validade do Protocolo de Kyoto, que expirava agora em 2012, por mais oito anos, mas sem contar com Japão, Rússia, Canadá e Nova Zelândia.
O problema é que os países que se comprometeram a reduzir suas emissões durante o segundo período de Kyoto, como os da União Europeia, além de Austrália e Noruega à frente, representam somente um pouco mais de 15% do total das emissões poluentes mundiais. Os Estados Unidos nunca chegou a ratificar a primeira parte do protocolo e, como o esperado, também não fará parte deste segundo período.
Além do dia de atraso, a decisão de prorrogação da validade do Protocolo de Kyoto só veio após uma reunião informal entre o presidente da COP, Abdullah bin Hamad Al Attiyah, e as demais autoridades presentes. "O último dia chegou e me encantaria ficar com os senhores por mais tempo aqui, mas peço que ajudem o presidente e aceitem o que podemos oferecer", declarou Al Attiyah na ocasião. O presidente assegurou que estaria disposto a "abrir a caixa de Pandora e voltar ao ponto de partida", mas, neste caso, os presentes teriam que ficar em Doha "por mais de três semanas".
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Após seu discurso, Al Attiyah abriu o turno às partes, que ficaram em silêncio. Após uns segundos, o presidente anunciou a convocação do plenário da Reunião das Partes do Protocolo de Kyoto (CMP) para dar início à prorrogação de seu período de validade. Depois do acordo, as partes discursaram para dar sua opinião sobre o mesmo. Na ocasião, o representante da delegação russa criticou a gestão da Presidência por submeter todos os afastados a votação em bloco, um fato que considerou "sem precedentes".
O porta-voz dos Estados Unidos, por sua parte, afirmou que durante estas duas semanas foi feito um "bom trabalho", enquanto a UE insistiu na necessidade de se avançar sobre a questão do financiamento. A representante da UE exaltou os acordos alcançados, os quais asseguraram a empliação da validade do protocolo em menos de três semanas.
A cúpula de Doha deveria ser concluída ontem, mas, na última hora, ainda havia várias frentes abertas nos diferentes grupos de negociação, entre eles, a norma de controle para garantir a transparência no cumprimento dos diferentes mecanismos do Protocolo de Kyoto.
bc
Revista Época
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