29/01/2013

Aquecimento global antecipa primavera em até um mês nos EUA

Do UOL, em São Paulo


O aquecimento global pode também criar um efeito inesperado – e um tanto colorido – nos Estados Unidos. Cientistas da Universidade de Boston, de Harvard e de Wisconsin descobriram que as flores brotam mais cedo na região leste do país em resposta ao clima quente.
As primaveras de 2010 e 2012 – anos que estão na lista dos dez mais quentes da história, segundo a Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) – causaram uma floração antecipada de espécies silvestres em Walden Pond, em Massachusetts, e Dane County, em Wisconsin. Os dois locais foram alvos de estudos de dois famosos naturalistas, portanto, guardam registros desde o século 19.
"Nossos dados mostram que as plantas antecipam sua época de dar flores à medida que o clima continua a esquentar", afirmou Elizabeth Ellwood, pesquisadora da Universidade de Boston e autora principal do estudo publicado na PLoS ONE.
"Nós estamos maravilhados com a descoberta de que flores silvestres nasceram quase um mês antes em 2012 do que na época de [Henry David] Thoreau. E verificamos que o mesmo fenômeno acontece também em Wisconsin, onde [Aldo] Leopold fez registros históricos de floração."
A equipe analisou 32 plantas nativas de Massachusetts, que também foram documentadas por Thoreau desde 1852, e descobriu que 27 delas deram flores cerca de um mês antes da Primavera. Em 2010 e 2012, elas floresceram em 25 e 24 de abril, respectivamente, contra o nascimento em 15 de maio nos dados do naturalista.
Em Wisconsin, das 23 espécies mapeadas por Leopold desde a década de 1930, 19 brotaram antes do tempo nos últimos dois anos. O grupo verificou uma diferença de quase um mês na floração, mudando de 7 de maio para 13 de abril.  Em geral, os biólogos perceberam que as plantas deram flores 4,1 dias mais cedo para cada aumento de um grau Celsius nas médias de temperatura.
Essa primavera antecipada mostra que a flora do planeta pode ser capaz de se adaptar às mudanças climáticas e suportar os verões mais longos e os invernos mais curtos. O estudo alerta, porém, que há um limite para esse desabrochar precipitado das plantas, pois se o período de frio for muito curto, o ciclo de crescimento anual de espécies seria ameaçado.

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