Bento XVI, que hoje apresentou a renúncia ao cargo, admitiu essa possibilidade num livro publicado em 2010, frisando que esse é um direito do Papa e, nalguns casos, mesmo um “dever”.
A posição foi assumida no livro «Luz do Mundo - O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos», que resulta de uma entrevista ao jornalista alemão Peter Seewald.
Segundo Bento XVI, se um Papa tem consciência de que “já não está em grau de efetuar os deveres do seu ofício, fisicamente, psicologicamente e espiritualmente, então tem o direito, e nalgumas circunstâncias, também o dever de se demitir”.
O Código de Direito Canónico, prevê a possibilidade jurídica de renúncia por parte do Papa e esta renúncia não precisa de ser aceite por ninguém para ter validade, como indica o Cânone 332.
O que se exige é que o Papa renuncie livremente e que manifeste a sua decisão de modo claro e público, como aconteceu esta manhã no Vaticano.
Ao longo do livro-entrevista, Bento XVI interrogava-se sobre o peso dos anos que já viveu e dos que ainda lhe estão reservados.
No mesmo contexto, negou que tenha pensado em renunciar após a sucessão de escândalos de pedofilia, porque “não se pode escapar precisamente no momento do perigo”.
OC
Agência Ecclesia
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