09/02/2013

Malala recebe alta médica após últimas operações no Reino Unido


Foto sem data mostra Malala no hospital Elizabeth em Birmingham, na Inglaterra (Foto: AP Photo/Queen Elizabeth Hospital)Malala Ysufzai, a adolescente paquistanesa que sobreviveu aos disparos dos talibãs por defender a educação feminina em seu país, recebeu nesta sexta-feira (8) alta médica no hospital britânico no qual foi submetida a várias operações.  
O centro Queen Elisabeth de Birmingham (centro da Inglaterra), para onde foi levada Malala desde o Paquistão após receber no dia 9 de outubro um tiro na cabeça e outro no pescoço, assegurou que a adolescente apresenta uma "boa recuperação" após a cirurgia à qual se submeteu no último sábado.
Os médicos colocaram uma placa de titânio no crânio de Malala, assim como um implante em seu ouvido esquerdo, que foi danificado pelos tiros, o que permitirá que recupere a audição em um período de um ano e meio.
O hospital assinalou que a adolescente pode continuar a partir de hoje sua reabilitação junto a sua família, que se mudou provisoriamente do Paquistão para uma casa em Birmingham.
A equipe médica comandada pelo britânico Dave Rosser continuará visitando periodicamente Malala durante os próximos meses para vigiar sua recuperação. Rosser insistiu antes da operação que a adolescente foi salva porque uma das balas que a atingiu não chegou a tocar o cérebro, assim como a rápida intervenção de médicos paquistaneses. 
Antes de entrar na sala de cirurgia no sábado passado, Malala, que anunciou sua intenção de criar um fundo de ajuda para a educação no Paquistão, assinalou que está vivendo "uma nova vida". "Por sorte estou viva, como vocês podem ver. Posso falar, posso ver vocês e estou me recuperando dia a dia", afirmou a adolescente para a imprensa.  
Ativismo
Malala ficou conhecida depois de escrever um blog para a BBC, contando sobre o caos que tomou conta do vale de Swat em 2009, quando o exército paquistanês lutou contra insurgentes talibãs na região. O primeiro-minsitro do Paquistão, Yousuf Raza Gilani, deu a Malala o primeiro prêmio nacional de paz, em 2011, por seus esforços.
Sua trajetória foi retratada em um documentário do jornal americano The New York Times, produzido em 2009. Logo no início, um morador da região diz: “Na área onde eu vivo, há algumas pessoas que querem parar de educar meninas por meio das armas”. Suas palavras já indicavam o tipo de reação que o esforço de Malala provocaria. 
AC
Revista Época

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