D. José Policarpo reuniu-se com jornalistas para falar do pedido de renúncia de Bento XVI
Lisboa, 12 fev 2013 (Ecclesia) - O cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, afirmou hoje em conferência de imprensa que o futuro Papa deve ser “um homem mais novo” e que a escolha deve ser independente da sua nacionalidade.
“Penso que devíamos [cardeais] eleger um homem mais novo, aliás tem havido uma certa alternância entre pessoas mais jovens e mais velhas”, disse o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, um dia depois de Bento XVI, de 85 anos, ter anunciado a sua renúncia ao pontificado, com efeito a partir do próximo dia 28. Segundo o patriarca de Lisboa, que participou no conclave de abril de 2005 que elegeu o atual Papa, é “normal” que se escolha agora “uma pessoa mais nova”. “O nosso esforço deve ser identificar a pessoa” com capacidade de dirigir a Igreja Católica, independentemente da nacionalidade, acrescentou. D. José Policarpo explicou que a partir do dia 28 de fevereiro, às 20h00 de Roma (menos uma em Lisboa), “é como se o Papa tivesse morrido” e desencadeiam-se “os processos normais em ordem à substituição”. “Quem governa a Igreja neste período de Sé Vacante é o Colégio Cardinalício”, acrescentou. Durante o tempo em que estiver vacante a Sé Apostólica, o governo da Igreja está aos cardeais, mas somente para o despacho dos assuntos ordinários ou inadiáveis e para a preparação daquilo que é necessário para a eleição do novo Papa. “Este período é importante” para discutir o futuro da Igreja, referiu o cardeal-patriarca, antes de acrescentar: “É bom que a gente converse, se conheça, se oiça”. D. José Policarpo apresentou o conclave, o rito de eleição papal, como é uma “reunião formal” que decorre “num ambiente muito simples”, entre a Casa Santa Marta e a Capela Sistina, para os escrutínios (dois de manhã, dois à tarde). “Tenho algumas pessoas na minha cabeça”, admitiu o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, para quem “a personalidade marca muito a função”. O próximo conclave vai iniciar-se após 28 de fevereiro, em data a definir pelas congregações de cardeais, com os eleitores a tomarem Deus e os Evangelhos como sua testemunha num juramento de “segredo absoluto” sobre todos os procedimentos que irão ter lugar na Capela Sistina, do Vaticano. Dos 117 cardeais em causa, 50 participaram no conclave de 2005 que elegeu Bento XVI; os outros 67 foram criados pelo Papa cessante. Todo o processo está previsto ao pormenor na Constituição Apostólica “Universi Dominici Gregis”, assinada por João Paulo II em 1996. O grupo de 117 cardeais com menos de 80 anos e direito a voto no dia 1 de março estará assim distribuído geograficamente: Europa - 61, América Latina - 19, América do Norte - 14, África -11, Ásia - 11 e Oceânia - 1. Destes, apenas 17 têm menos de 65 anos de idade e 41 têm mais de 75. O Colégio Cardinalício tem atualmente membros de 66 países, 48 dos quais com cardeais eleitores, entre eles Portugal, representado por D. José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos (com mais de 80 anos), D. Manuel Monteiro de Castro e D. José Policarpo, patriarca de Lisboa, estes dois últimos com estatuto de eleitores. OC |
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