14/06/2013

Depois do Fortaleza Apavorada, movimento Fortaleza da Paz e da Igualdade sai às ruas nesta sexta

A caminhada do movimento Fortaleza Apavorada que levou milhares de pessoas à Av. Beira-Mar nesta quinta-feira (13), com o objetivo maior de pedir às autoridades mais segurança pública, contou com a presença do coordenador nacional do Movimento Paz pela Paz, Clóvis Nunes, que também integra o Conselho Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça. Nesta sexta-feira (14), outro grupo preocupado com a violência, o Fortaleza da Paz e da Igualdade, realiza manifestação. A concentração está marcada para às 15h, na Praça da Imprensa. Após roda de conversa, a ideia é fazer a caminhada até a Assembléia Legislativa.
 “Queremos unir e não dividir nossa cidade. Esse grupo não tem líder pois a luta é coletiva”, explicam os organizadores no manifesto do movimento, que começou a ser articular pelo Facebook, a partir da iniciativa da educadora Rosiane Freitas (que criou a página Fortaleza Paz & Igualdade e teve a primeira versão apagada) e do estudante universitário Pedro Lima (criador da página Fortaleza Paz & Alvorada), unificados agora no Movimento Fortaleza da Paz e da Igualdade.

 Para esse novo movimento de tom pacifista,  “a solução não é botar mais policiais nas ruas, nem reduzir a maioridade penal. Não adianta só lembrar que somos a 13º cidade mais violenta. Tem que lembrar que somos a 6º em desigualdade social. Queremos políticas públicas de inclusão social”, explicam. Eles consideram que para ter paz social, é preciso “mais educação, mais cultura, empregos, habitação digna e oportunidades”. Essas ideias coincidem como que defende Clóvis Nunes, como está expresso mais adiante.


O convite é para todos irem de roupa branca: “Levem os amigos, violões, percussões, tambores, sorrisos! Façam seus cartazes! ou levem pra fazer na hora, levem as tintas! não há administração, cada um de vocês é responsável por essa passeata, então participe, colabore, traga ideias, divulgue”. Neste dia lideranças, amizades, amores podem surgir por pessoas, pela Luta!


Políticas preventivas

Sem milícias ou agressões, como temia o Governo do Estado, que divulgou nota naúltima segunda-feira, a caminhada do Movimento Fortaleza Apavorada reuniu crianças, jovens, adultos e idosos. Na conta dos organizadores foram 10 mil participantes, para a polícia militar, cerca de 3 mil. A concentração começou a partir das 15h, em frente ao Palácio da Abolição. Palavras de ordem como “Fora corrupção! Impunidade não! Queremos solução” foram ditas pela multidão. Faixas com frases em português e inglês se destacavam: “Na copa é tudo lindo e o povo se iludindo” e “Fortaleza Apavorada, segurança já”.


Criticado por ser um movimento de classe alta e média centrado apenas na questão da segurança, o Fortaleza Apavorada conseguiu incomodar as autoridades e obteve repercussão nacional e internacional. Com a presença de Clóvis Nunes (foto), a manifestação ganhou um novo tom além do pedido de segurança pública. Referência em grandes manifestações pela Cultura de Paz no Brasil, Clóvis evocou a lembrança do pacifista norte-americano Martin Luther King (1929-1968), que disse um dia: “O que me assusta não é o grito dos violentos é o silêncio dos bons”. E elogiou a iniciativa da organização da caminhada em pedir segurança e paz para a Fortaleza.


Clóvis declarou que o surgimento do Fortaleza Apavorada é resultado da demanda reprimida da insatisfação da população de Fortaleza com a segurança pública. Conselheiro do Conasp, ele acentuou que, em Fortaleza, a taxa de homicídios é de 66 por 100 mil habitantes, sendo a taxa nacional de 26 por 100mil. “O tolerável, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 6 por 100mil. Acima de 10 por 100 mil já é considerado epidêmico”, observou. Acrescentou que em números absolutos o Brasil é campeão mundial em homicídios.


Na nota oficial do Governo do Estado divulgada segunda-feira passada, está dito que a 
atual administração foi a que mais investiu em segurança pública. Clóvis ressaltou, no entanto, que esses investimentos não conseguiram bons resultados porque a política de segurança pública está pautada em “enfrentamento, reatividade e combate”, ou seja, só nos efeitos, sem ir às causas.  Para ele, as políticas de segurança pública devem ser preventivas – “começar na porta de entrada e não na de saída para neutralizar a violência na nascente”.


Do alto do trio elétrico, Clóvis pediu que apitos e gritos se calassem e, em um minuto de silêncio, as vítimas da violência foram homenageadas. O silêncio foi quebrado pela emoção de amigos e familiares que juntos com a multidão cantaram o hino nacional brasileiro. (Foto da caminhada: Marcel Pinheiro)


Mais informações:
Rosiane Freitas, educadora e integrante do Movimento Fortaleza da Paz e da Igualdade – (fone: 85 8617 6625)


Fonte: Agência da Boa Notícia

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