Tatiana Félix
Adital
"Cobrar pelo uso do transporte - que deveria ser público - e ainda aumentar esse preço é uma escolha política pela exclusão, que só beneficia os cofres dos empresários de ônibus. Quando se trata de mobilidade urbana, o poder público continua investindo a maior parte em grandes obras viárias que só beneficiam o carro e não resolvem o problema do trânsito”, analisa o movimento, ressaltando que o aumento faz com que cada vez mais pessoas deixem de usar o transporte e ter acesso à cidade, por não terem condições de arcar com o valor do transporte.
Com o lema "Se a tarifa não baixar, a cidade vai parar!”, o movimento segue confiante de que o protesto popular conseguirá reverter o reajuste e garante que só irá parar as manifestações quando a tarifa voltar ao valor anterior.
Ontem (11), uma manifestação com mais de 5 mil pessoas na região da Av. Paulista, uma das principais vias da capital, acabou em confronto com a polícia e resultou em alguns feridos e cerca de 20 manifestantes presos com acusações de obstrução de vias, pichação, danos ao patrimônio público, incêndio e formação de quadrilha. Algumas pessoas foram liberadas, mas outras 13 seguem detidas. Nenhuma delas tem antecedentes criminais, segundo a polícia.
O Movimento Passe Livre também pediu nesta terça-feira uma reunião com a prefeitura para dialogar sobre a revogação do aumento das passagens. Na tarde de hoje, estava prevista uma audiência pública entre Ministério Público de São Paulo e organizações civil para debaterem o impasse.
A reação popular em São Paulo segue a mesma tendência que tem sido praticada em outras capitais e cidades brasileiras como Florianópolis, Porto Alegre, Vitória, Teresina, Natal, Rio de Janeiro, Aracajú e Goiânia. Em Natal, no Nordeste do país, população e estudantes protestaram contra o aumento da tarifa e por melhorias no transporte público entre os dias 20 e 21 de maio, e chegaram a realizar um "roletaço”, ato de entrar no ônibus e passar pela catraca sem pagar a tarifa. O movimento #RevoltadoBusão voltou às ruas da capital do Rio Grande do Norte na última semana para dar continuidade aos protestos.
Em Goiânia (Goiás), no Centro-Oeste, o reajuste de R$2,70 para R$3,00 em 22 de maio também provocou uma onda de protestos frente ao aumento considerado ‘abusivo’. Concordando com a reivindicação da população, no último dia 10 a justiça concedeu uma liminar que suspendeu o aumento e determinou a volta da cobrança da passagem do transporte coletivo em R$2,70.
Os movimentos planejam uma manifestação nacional contra o aumento das passagens no transporte público para o próximo dia 20 de junho.
Mais informações sobre a manifestação de amanhã em São Paulo, aqui. Outras informações em:http://saopaulo.mpl.org.br/ e http://tarifazero.org/Notícia relacionada:
Decisão federal não impede ato ‘Grito da Seca’ que pede políticas eficazes para o semiárido
Nenhum comentário :
Postar um comentário