Carlos Alenquer
Já pisou na sujeira hoje? Madames (e cavalheiros) despreocupadas/os costumam deixar seus fofinhos fazendo xixi nas calçadas, quando não algo sólido. Não se preocupam com os pedestres que vêm atrás. E, às vezes, até deixam sinais nos corredores dos prédios – isso quando um síndico chato não proíbe a presença dos bichinhos (alguns, na verdade, de grande porte) e resolve cumprir as regras que proíbem sua convivência com seres humanos.
Esse problema estava preocupando os habitantes de Brunete, cidadezinha perto de Madrid, até que a McCann, agência de publicidade global, bolou um plano para acabar com a sujeira no município.
Com a desculpa de economizar no orçamento, a prefeitura juntou voluntários para chamar a atenção das donas (e donos) de cães que não andam com saquinhos plásticos para recolher o que os pequenos (e grandes) animais deixam pelos passeios da cidade – e passou a aplicar multas nos infratores.
A agência ganhou prêmios, a cidade ficou mais limpa e as madames e cavalheiros passaram a tomar mais cuidado quando passeiam com seus bichos adotivos.
Coisa difícil de acontecer por aqui. Com a frota crescendo e aumentando os engarrafamentos no asfalto, que prefeito iria se interessar numa campanha que diminuiu a sujeira dos cães nas calçadas?
Coisas da carestia. Que um vestido de noiva – ou qualquer outra buginganga – custe mais barato na China do que no Brasil, a gente até já se acostumou. Mas ficar mais barato em Miami não dá pra entender. Será que as costureiras daquele paraíso brasileiro invadiram a Coreia do Norte e estão fazendo os tais vestidos por lá?
Tá tudo dominado. Os moradores da Pampulha não estão gostando muito dessa história de Copa das Confederações. Tudo por conta das exigências da Fifa para que o Mineirão possa sediar alguns jogos do torneio.
Pra começar, reclamam que desde o fim de semana, para trafegar pelo bairro, os automóveis têm que dar voltas e voltas para evitar a rua onde está hospedada a seleção do Taiti; quem tem casa ali por perto da AABB é obrigado a dirigir mais de um quilômetro só para que os simpáticos jogadores taitianos possam descansar sossegados, sem o barulho do tráfego diante de sua concentração.
E têm motivos para se preocupar nos dias de jogo: segundo a Lei da Fifa, várias ruas serão interditadas para que não haja engarrafamentos em volta do novo estádio.
Ao duvidar que os eventos esportivos tenham mesmo o público esperado pela entidade – o que tornaria inúteis as interdições de ruas – um morador vai mais longe e reclama do “feriado” que o comércio local será obrigado a cumprir quando as seleções se apresentarem no que hoje se chama de arena.
Para ele, o transtorno se parece com certas movimentações – nada esportivas, esclarece – que obrigam o comércio a fechar suas portas, como faz agora a Fifa, só para mostrar quem realmente manda na pedaço.
Justiça seja feita. A seleção do trecho da entrevista do novo ministro do Supremo Luiz Roberto Barroso, transcrito neste espaço, foi feita pelo jornalista Flávio Friche; foi ele quem, gentilmente, cedeu para este Diário cópia da matéria publicada pela revista Conjuntura Jurídica.
Carlos Alenquer começou como jornalista (repórter e redator de rádios e jornais) em Fortaleza, depois no Rio e em Belo Horizonte. Migrou para a propaganda, mas continuou colaborando em vários jornais e revistas. Tem dois livros publicados: Anúncios (Achiamé, Rio) e 21 Poemas (Mazza, BH).
Dom Total
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