Com este número anunciado pela prefeitura do Rio, de 3 milhões de peregrinos na orla de Copacabana, essa jornada será a segunda maior em número de pessoas desde que foi criada, há quase três décadas. Só perde, mesmo, para a das Filipinas, em 1995, que reuniu 4 milhões de jovens. Uma multidão está desde cedo no bairro.
Não é um show, não é o réveillon. É a alegria de Copacabana esperando pelo Papa. O ensaio para o flash mob vai unindo a multidão. É uma coreografia que vai ser repetida neste domingo (28) diante do Papa. A onda de entusiasmo envolve o palco e, de repente, até os bispos se juntam na festa.
No jeito informal da jornada, sua santidade é simplesmente querido. O carisma de Francisco atraiu muito mais gente do que o esperado.
“Nós nem iríamos. De repente, deu uma vontade louca, fizemos uma loucura e viemos. Estamos aqui”, conta uma freira.
Tantos outros tomaram a mesma decisão. Aos poucos, Copacabana, um bairro acostumado a multidões, se surpreendeu com o tamanho da festa. Nunca tanta cores tinham tomado conta da paisagem. Em paz e com calma, as ruas foram sendo tomadas pelos fiéis.
Essa invasão do bem conquistou os moradores.
“É normal e faz bem para os moradores”, disse uma moradora.
“Estou achando ótimo”, completou outra moradora.
Com a mudança dos eventos de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, para a praia da Zona Sul, a prefeitura transferiu para Copacabana o máximo da estrutura que pôde ser transportada. A previsão é de que esta seja a maior aglomeração de pessoas da história do Rio de Janeiro, com 3 milhões de pessoas. E também a mais longa.
“Isso pressupõe obviamente que não será simples a saída destas pessoas de Copacabana. Obviamente, não há infraestrutura de mobilidade que pudesse dar conta dessa saída. Portanto, a gente pede aos peregrinos – e a gente sabe que não são só os peregrinos que estão vindo para a nossa cidade, porque a população do Rio e da Região Metropolitana abraça o Papa – muita paciência. Que a saída amanhã seja feita com tranquilidade. Que a chegada hoje também seja feita com tranquilidade e que a população da cidade continue com seus gestos de gentileza. Se lotar a areia, pode ir para o calçadão. Se lotar o calçadão, os cariocas têm que entender que esta invasão do bem é motivo de alegria”, declarou o prefeito do Rio, Eduardo Paes.
A prefeitura está preocupada com o que deve ser a maior concentração de pessoas já reunida na praia até hoje e recomenda que o público siga a pé – tanto na chegada quanto na saída de Copacabana. O metrô funciona 24 horas. As estações mais próximas são Cardeal Arcoverde e Siqueira Campos.
Na saída, além do metrô, os peregrinos podem andar até os bolsões de ônibus, que ficam na Enseada de Botafogo, na Praça General Osório e no Corte do Cantagalo.
Os trens da Supervia também vão funcionar 24 horas.
A vigília é muito esperada pelos jovens católicos. O personagem principal da vigília é a multidão, são os fiéis que estão na areia. O Papa não vem para ser visto por eles, mas para passar um tempo com eles. E certamente Francisco vai levar na memória uma imagem inesquecível.
Copacabana anoitece tomada pela fé. O papamóvel já conhece o caminho. Mas, desta vez, a rua está muito mais cheia. A multidão deixa livre apenas uma pequena faixa de asfalto, por onde vem o Papa. Bergoglio é argentino, mas Francisco é do mundo inteiro. E vira mexicano por alguns momentos.
O Papa desce do carro, se mistura aos fiéis. Na chegada, a multidão ganha um beijo e fica com a certeza de que valeu a pena esperar.
Neste domingo (28), no mesmo palco, o Papa Francisco ainda fará a missa de encerramento do evento. O primeiro Papa latino-americano, argentino, vai deixar o Brasil à noite, completando a sua primeira viagem internacional como o “Papa do povo”.
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