Conflito gerou mais de um milhão de crianças refugiadas nos países vizinhos, 740 mil com menos de 11 anos e algumas atravessam a fronteira sozinhas
Cidade do Vaticano, 23 de ago 2013 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé na ONU apelou ao diálogo no conflito na Síria, fazendo eco do apelo do papa Francisco, mas sublinha a necessidade de evitar uma “leitura parcial” de forma a respeitar todos os cidadãos.
É de evitar uma “leitura parcial da realidade da Síria e do Oriente Médio. É preciso levar em conta todos os aspetos que criam esta situação de violência e de contínuo conflito. Logo, é preciso respeitar cada cidadão e fazer com que as identidades religiosas, étnicas e políticas possam agir em um contesto de diálogo”, afirmou D. Silvano Maria Tomasi à Rádio Vaticano.
Esta quarta-feira forma conhecidas imagens que mostram a morte de mais de 1300 pessoas que, segundo a oposição, terão sido vítimas das forças do regime do Presidente Bashar Al-Assad, num ataque com armas químicas.
D. Tomasi recorda que o ataque com armas químicas no “Oriente Médio, Iraque e Afeganistão” já demonstrou “não levar a nenhum resultado construtivo” mas apela à calma para evitar “acusações gratuitas.”
“A Comunidade internacional, através dos observadores das Nações Unidas, que já estão presentes na Síria, vão esclarecer esta nova tragédia”, sublinha, reafirmando a preocupação sobretudo com os últimos acontecimentos que causaram centenas de mortos.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu nesta quinta-feira à Síria que autorize os inspetores da ONU a investigarem o alegado ataque de quarta-feira com armas químicas, deixando-os visitar os arredores de Damasco, onde segundo a oposição a Bashar Al-Assad foram mortas mais de 1300 pessoas.
De acordo com a UNICEF e o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados mais de um milhão de crianças são forçadas a abandonar a Síria, mais de 740 mil têm menos de 11 anos e algumas atravessam a fronteira sozinhas.
A ONU alerta ainda para os dois milhões de jovens menores de idade que continuam no país e são alvo de ataques ou recrutamento para combates.
D. Silvano Tomasi recorda que no próximo encontro em Genebra “os representantes de todas as partes da sociedade síria poderão expor suas razões e, ao mesmo tempo, criar uma espécie de governo de transição”, sendo esta uma solução “para deter a violência, como também para não enviar armas à oposição e ao governo”.
News.va/LS
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