24/08/2013

Comédia argentina "A Sorte em suas Mãos" marca estreia como ator de Jorge Drexler

Por Neusa Barbosa
São Paulo - Prêmio de melhor roteiro no Festival de Tribeca (EUA), "A sorte em suas Mãos", do diretor argentino Daniel Burman, imprime uma guinada mais romântica e bem-humorada numa obra que inclui "O Abraço Partido" (2004), "As Leis de Família" (2006) e "Dois Irmãos" (2010).
A grande novidade, no entanto, está na estreia como ator do cantor e compositor uruguaio Jorge Drexler -que venceu, em 2005, um Oscar de melhor canção por "Al Otro Lado del Rio", parte da trilha do filme "Diários de Motocicleta", de Walter Salles.
Aos 48 anos, Drexler defende bem o papel de Uriel, quarentão divorciado, pai de dois filhos, que resolve fazer vasectomia. Seus problemas, na verdade, são mais sentimentais do que financeiros.
A pequena corretora que herdou do pai permite uma sobrevivência razoável. Mas nada em sua vida tem qualquer brilho, seja a convivência com os filhos, muito menos sua vida amorosa. Ele encontra emoções maiores jogando pôquer, seu maior vício, do que junto às mulheres.
Uriel até que é atraente, mas fala demais e é um tantinho chato, o que faz com que as namoradas repentinamente o abandonem sem explicações. Um dia, ele reencontra uma delas, Gloria (Valeria Bertuccelli), que vivia na França e voltou à Argentina para o enterro do pai.
O contato entre os dois acontece num momento em que a própria Gloria brigou com o namorado francês e abre mão de sua habitual reserva. Mais maduros do que no namorico do passado, ela e Uriel são capazes de divertir-se mais, superando os pequenos acidentes de percurso. O problema é que Uriel inventou algumas mentirinhas a respeito de si mesmo e agora não sabe como assumi-las, e tem medo de perder Gloria de novo.
Uma presença marcante no elenco secundário é a sempre magnética Norma Aleandro ("Dois Irmãos"), como Susan, a mãe radialista de Gloria, uma mulher vaidosa e competitiva com a própria filha, mas capaz de generosidade na hora certa.
Sem o excesso de açúcar das comédias românticas hollywoodianas, "A Sorte em suas Mãos" não perde contato com um certo realismo, o que aproxima seus personagens das pessoas comuns, facilitando sua identificação com o público.
Reuters

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