10/03/2014

Francisco: Um ano de mudança

O primeiro ano do pontificado de Francisco, que se completa esta quinta-feira, é visto como um tempo de mudança nas comunidades católicas e na sociedade, por parte de vários responsáveis que destacam o dinamismo imprimido pelo Papa.
“Não há dúvida de que o Papa Francisco veio trazer frescura, entusiasmo, alegria, quando às vezes dava a ideia de que a Igreja estaria algo envelhecida”, diz à Agência ECCLESIA D. José Alves, arcebispo de Évora.
D. António Francisco dos Santos, bispo eleito do Porto, elogia as “atitudes proféticas" de um Papa cujos gestos “fazem escola de serviço à Igreja, na sua forma simples de estar”.
O cardeal Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, foi eleito como sucessor de Bento XVI a 13 de março de 2013, após a renúncia do agora Papa emérito; escolheu o inédito nome de Francisco, tornando-se o primeiro Papa jesuíta na história da Igreja e o primeiro pontífice sul-americano.
D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, sublinha que a atuação de Francisco, ao longo deste primeiro ano, tem ajudado a “colocar o dedo na ferida”.
“O Papa nota que esta sociedade e esta economia, pela falta de convivência e pela deriva negativa em termos de consumismo individual como objetivo do gosto e do sentimento, matam e entristecem”, salienta.
O cardeal Braz de Avis, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, convive de perto com Francisco e entende que “as pessoas amam o Papa porque ele está próximo, porque ele não tem duas caras”.
“O Papa não inventa um papel, ele é o que ele diz”, refere à Agência ECCLESIA.
O padre Tolentino Mendonça, vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa (UCP), sustenta por sua vez que “o Papa Francisco tem sido uma primavera”, apresentando-se desde o início “como um pastor”.
Para o padre João Lourenço, diretor da Faculdade de Teologia da UCP, Francisco tem sido “uma voz de esperança e também uma referência diferente”, inclusive, “na forma como exerce a sua missão como Papa”
D. José Ponce de León, missionário argentino que é hoje bispo de Manzini na Suazilândia, recorda, a brincar, que o Papa “não sorria” em Buenos Aires e defende que, após a eleição pontifícia, “houve uma transformação nele”.
O bispo de Beja, D. António Vitalino, observa o impacto da chegada de um Papa vindo de fora do contexto europeu: “Só quem é insensível, quem não vê a diferença cultural, não nota que também na Igreja há uma mudança de acento e de maneira de exercer o nosso ministério”.
Para o cónego João Aguiar, diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja, este primeiro ano é suficiente para perceber que “não pode ficar tudo na mesma” e que “muita coisa vai mudar”.
Cristina Sá Carvalho, responsável pelo setor da catequese do Secretariado Nacional da Educação Cristã, esteve com o Papa, no Vaticano, a 27 de setembro de 2013, e ouviu Francisco revelar que virá a Fátima em 2017, data em que se assinala o Centenário das Aparições.
A responsável entende que o Papa não é “um homem das massas, no sentido literal do termo”, mas “alguém que valoriza o outro”, que ouve e, “para grande surpresa, responde efetivamente”.
D. Manuel Quintas, bispo do Algarve, testemunha por sua vez a atenção ao pontificado: “Toda a gente faz referência ao Papa Francisco, desde as escolas à catequese. Foi uma agradável surpresa do Espírito, para toda a Igreja e o mundo de hoje, que nos fala sobretudo através de gestos, de sinais, de atitudes”.
JCP/LS/LFS/MD/SN/PR/OC

Agência Ecclesia

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