11/03/2014

Síria: as irmãs de Maaloula foram libertadas

La Croix
As 13 irmãs e três de suas auxiliares que haviam sido sequestradas pelos rebeldes sírios no dia 3 de dezembro de 2013 foram libertadas. Elas residiam na pequena cidade de Laaloula, situada num bairro de cristãos do norte da cidade de Damasco. Depois de longas negociações, levadas a cabo por alguns mediadores, eram esperadas em Ersal, no Líbano, desde o começo de março, mas foram liberadas somente no dia 9, segundo a informação da Agência Nacional de Informação (ANI). Elas pertencem à igreja greco-ortodoxa.
O governo sírio liberou 150 prisioneiros em troca
Quem organizou a negociação foi o Diretor da Segurança Geral no Líbano, o general Abbas Ibrahim, e o chefe de Informação do Qatar, Ghanem al-Kubeissi, que chegou a Beirute no domingo, 9. Elas devem ser acompanhadas até ao convento nos próximos dias pela fronteira de Masnaa. Esses dois homens negociadores já tinham exercido uma tarefa importante na libertação de alguns peregrinos xiitas do Líbano, sequestrados pelos rebeldes no norte da Síria.
As irmãs tinham sido forçadas a abandonar o convento onde se dedicavam a dar assistência às crianças e foram levadas para lugar desconhecido. Nessa época o arcebispo de Damasco tinha feito um apelo para que fossem liberadas. E o arcebispo Siro-libanês, dom Louka al Khouri, saudou com alegria a liberação das religiosas, dirigindo-se à imprensa, dizendo: «o que os soldados do Líbano realizaram em Yabroud possibilitou a realização desse acontecimento».
Em estado de extremo cansaço
Pouco depois de terem sido sequestradas, os rebeldes sequestradores tinham comunicado que elas simplesmente tinha sido «convidadas» a deixar o convento e que a libertação não iria demorar muito. Segundo o Observatório sírio de direitos humanos (OSDH que está em sintonia com a oposição, os sequestradores pertenciam ao grupo Frente de Nosra, aliado à Al-Qaeda).
Maaloula, situada 55 km ao norte de Damasco, é uma pequena cidade de maioria cristã onde há um grande número de igrejas que ainda falam a língua de Jesus. Esse lugar cristão remonta aos primeiros séculos do cristianismo.
Segundo um jornalista da Agência France-Presse que viu as irmãs depois da liberação, elas se apresentavam extremamente cansadas. Duas delas tiveram que ser retiradas da viatura que as transferia.
A minoria cristã cercada pela guerra civil
«Agradecemos ao nosso presidente Bachar al-Assad por ter feito a negociação junto com o emir do Qatar (Tamim Bin Hamad al-Thani», disse a superiora das irmãs fazendo menção também ao mediador Abbas Ibrahim diretor da segurança libanesa.
A minoria cristã da Síria está sempre sob perigo. Ainda não temos informações sobre os dois bispos sequestrados em Alepo, dom Boulos Yazigi (greco-ortodoxo) e dom Yohanna Ibrahim (sírio ortodoxo), sequestrados no dia 22 de abril de 2013 junto com o padre Paolo Dall'Oglio, jesuíta que desapareceu em agosto de 2013 quando viajava para Rakka para negociar a libertação de cidadãos sírios e estrangeiros.
Fonte: www.la-croix.com

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