16/05/2014

Acidente deixa Galápagos em emergência

Navio com carga de produtos contaminantes encalhou há uma semana na reserva ambiental.
O navio encalhou em 9 de maio na ilha San Cristóbal.
Quito - O Equador declarou, nessa quinta-feira (15), "emergência ambiental" nas ilhas Galápagos, Patrimônio Natural da Humanidade, devido a um navio com carga de produtos contaminantes que encalhou há uma semana na região. A medida, que permitirá liberar recursos para desencalhar a embarcação, visa a mitigar o impacto diante do "possível dano ambiental que o acidente poderia desencadear", destacou a Direção do Parque Nacional de Galápagos (DPNG).
A pedido das autoridades do arquipélago, a ministra do Ambiente, Lorena Tapia, declarou emergência na reserva marinha de Galápagos, especificamente na "área afetada pelo encalhe e possível naufrágio do navio de carga 'Galapaface I'", acrescentou a organização em um comunicado.
O navio, de bandeira equatoriana, encalhou em 9 de maio em frente a Puerto Baquerizo Moreno, na ilha San Cristóbal. As autoridades já retiraram o combustível do navio, cerca de 19.000 galões de diesel (quase 72.000 litros) e 300 galões de lubrificantes.
"O risco foi minimizado, após a retirada do diesel e óleo da embarcação, sem nenhum dano para a reserva marinha" das ilhas, situadas 1.000 km à frente da costa equatoriana, destacou a DPNG nesta quinta-feira.
No entanto, nos porões herméticos permanecem produtos contaminantes de limpeza doméstica e barris de óleo lubrificante que estão fechados.
Técnicos da DPNG e da secretaria (ministério) de Riscos coordenam ações para retirar a carga, especialmente produtos químicos e perigosos, destacou a Direção do Parque (subordinada à pasta do Ambiente).
A entidade detalhou que o "Galapaface I" encalhou enquanto saía da baía de Puerto Baquerizo Moreno com mais de 1.000 toneladas de carga.
Em 2001, o navio "Jéssica", de bandeira equatoriana e que transportava combustível, encalhou em frente ao mesmo Puerto Baquerizo Moreno e provocou um grave problema ambiental que afetou várias espécies.
Na terça-feira (13), o diretor de Ecossistemas da DPNG, Víctor Carrión, declarou à AFP que foram descobertas fissuras na estrutura do navio. "Existe uma fissura na casa de máquinas, o que fez com que o local inundasse", disse o funcionário, acrescentando que o navio está assentado no fundo do mar e por isso não foi possível visualizar a fenda. "Não foi registrada contaminação ambiental e há barreiras de contenção ao redor do navio", acrescentou.
A área de Puerto Baquerizo Moreno abriga a maior população de leões-marinhos do arquipélago, que faz parte do Patrimônio Natural da Humanidade da Unesco por possuir flora e fauna únicas no mundo. "É muio comum ver entre 1.000 e 1.500 leões-marinhos descansando na baía de Puerto Baquerizo. Na região há outras espécies, como gaivotas e patolas", afirmou Carrión.
O navio cargueiro, que também transporta material de construção e comestíveis, adernou para o lado esquerdo por causa das ondas. O arquipélago equatoriano recebeu este nome devido às gigantescas tartarugas Galápagos que vivem ali e serviu de laboratório natural para o cientista inglês Charles Darwin, autor da teoria sobre a evolução das espécies.
AFP

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