O Cristo Redentor, no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, foi iluminado de laranja nesta quarta.
Nesta quarta à noite (10), o Cristo Redentor, no Parque Nacional da Tijuca, foi iluminado com a cor laranja, para marcar a criação do Dia de Alerta Contra o Tráfico de Pessoas e Pelos Desaparecidos e lançamento do site aplicativo BIAmap (busca imediata alerta).
De acordo com o presidente do BIAmap, Arnaldo Gesuele, a ferramenta, criada em outubro do ano passado e testada com o nome de BIA/meufilhosumiu, parte agora para a ação, contando com a ajuda de toda a sociedade para localizar as pessoas desaparecidas.
Segundo ele, “o map vem para dar a tonalidade de que as pessoas são os mapas. Quando ela baixa o aplicativo se torna um agente social. Esse é um crime de mobilidade, ágil, não tem prova, em cinco horas a pessoa pode estar em outra cidade, em sete dias pode ter desaparecido do Brasil. Cada vez que uma pessoa desaparece, tem um boletim de ocorrência, a gente solta um alerta. A pessoa recebe uma foto, o nome, local onde desapareceu. A pessoa só precisa olhar para o lado para ver se reconhece a pessoa da foto. Imagina milhões de pessoas fazendo isso nas primeiras duas horas. Isso cria um volume de localizações, e as denúncias vêm de forma veloz para ajudar o trabalho da polícia”.
Gesuele explica que o sistema vem auxiliar a Lei de Busca Imediata, de 2005, segundo a qual no momento em que se faz o boletim de ocorrência do desaparecimento, a delegacia é obrigada a notificar todas as saídas de fronteira, como aeroportos e rodovias. Mas, de acordo com ele, o Brasil não tem tecnologia para isso.
“O cadastro de desaparecimento não é completo, é inoperante, o cadastro de nascimento é incompleto, o de óbito é incompleto. Não tem nada. Para poder trabalhar esse crime tem que ter tecnologias para fazer o mapeamento. Nos EUA tem os cadastros, e vão reduzindo as possibilidades até chegar aos suspeitos. Quando chega em 30 dias, um alerta que vai para todas as mídias, aeroportos, todo mundo tem que parar o que está fazendo e olhar para o lado. A nossa ferramenta é o contrário, vem primeiro o alerta, numa parceria que a gente está estreitando com as delegacias de polícia”, acrescentou.
A ideia é que o sistema seja implantado nas delegacias que registram os desaparecimentos, com pessoas capacitadas para inserir os dados, mas qualquer pessoa pode fazer isso direto no site http://www.biamap.com.br/ depois de registrar o boletim de ocorrência. A estimativa é que existam cerca de 40 milhões de pessoas desaparecidas no mundo - 250 mil no Brasil.
Também vai começar a funcionar em breve, no Rio de Janeiro, a Delegacia de Descobertas de Paradeiro, na Cidade da Polícia, em Manguinhos, zona norte da cidade. O decreto de criação foi assinado na semana passada, e a unidade vai funcionar ininterruptamente. Hoje, esse tipo de investigação é feito pela Seção de Descoberta de Paradeiro, vinculada à Divisão de Homicídios. De acordo com o Instituto de Segurança Pública, o estado tem 329 pessoas desaparecidas.
Será implantado ainda o Disque-Desaparecidos, no telefone 197, para receber informações sobre o paradeiro das pessoas. Quem ligar não precisa se identificar. As delegacias distritais vão continuar fazendo os registros de desaparecimento, e as informações serão repassadas automaticamente para a delegacia especializada.
Agência Brasil
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