O novo bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, que vai tomar posse e entrar solenemente na diocese, em cerimónias no sábado e domingo, revelou as suas prioridades para a Igreja Católica local.
“Há dois campos fundamentais onde o bispo deve estar muito presente: na vida dos sacerdotes, porque o bispo sem um presbitério dinâmico não é capaz de realizar a sua missão, e também leigos formados, que podem ter uma formação melhor e mais aprofundada”, explica D. António Moiteiro, em entrevista à Agência ECCLESIA.
Sobre a formação, o prelado considera que “o Concílio de Trento está para os sacerdotes como o Concílio Vaticano II está para os leigos” e é nesta área que considera que se deve “insistir” e “aprofundar” nas comunidades cristãs.
O sexto bispo da diocese restaurada há 75 anos destaca que os “dois dinamismos que devem pautar a pastoral de Aveiro” são continuar o percurso traçado pelo predecessor com a Missão Jubilar e aprofundar a exortação apostólica ‘A Alegria do Evangelho’, do Papa Francisco.
O antigo bispo auxiliar de Braga recebeu a notícia da nomeação a caminho do Vaticano, “com perplexidade, com um certo restringimento interior”, e teve oportunidade de estar com o Papa e conversar.
“O Papa Francisco incute esperança e confiança nas pessoas, foi um momento muito significativo, foi um certo alívio até mesmo espiritual”, acrescentou.
Este sábado, D. António Moiteiro toma posse canónica numa cerimónia privada junto ao Túmulo de Santa Joana Princesa perante o Colégio dos Consultores, às 11h00.
“Santa Joana Princesa é uma marca da cidade, de crentes e não crentes, é a padroeira da diocese. Por isso, a tomada de posse é para pedirmos a proteção e intercessão a favor da diocese”, explicou o bispo.
A Diocese de Aveiro contabiliza 311 mil habitantes, 270 mil dos quais se assumem como católicos, e D. António Moiteiro pretende promover e cultivar o encontro.
“Como gastamos o nosso tempo, é um campo que nos devemos educar primeiro e depois as comunidades. Se não temos cuidado é utilizado apenas com os de dentro e devíamos ter ações com os que não se dizem cristãos porque a fé tem uma dimensão missionária e sair para ir ao encontro tem de ser o grande objetivo da nossa pastoral”, desenvolveu.
O novo bispo de Aveiro, com o exemplo do Papa sobre “o ardor missionário”, destaca que “um cristão convertido procura levar a Boa Nova de Jesus ao irmão que vive ao lado”.
“Este tem de ser o caminho progressivamente, anunciar o Evangelho passa necessariamente pelo testemunho daqueles que já vivem a sua fé”, alerta.
A celebração eucarística que assinala a entrada solene de D. António Moiteiro, na Catedral de Aveiro, vai ter lugar este domingo, às 16h00, com “a presença de 19 bispos”.
O núncio apostólico, D. Rino Passigato, vai apresentar “a bula papal da nomeação”, destaca o Gabinete de Comunicação e Imagem da Diocese de Aveiro num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
LS/CB/OC
Agência Ecclesia
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