10/09/2014

Campanha gera polêmica ao pedir votos "por um Brasil sem drogas"


Paulo Renato Abreu paulorenatoabreu@opovo.com.br


A peça publicitária indaga sobre aceitação a médicos, pilotos e professores ''lombrados''. Próximo passo é ''expor'' políticos "pró-drogas"

Citando piloto de avião fumando “bagulho”, professores “lombrados” e médico usando “baseado”, a campanha do movimento Brasil Sem Drogas tem gerado polêmica. Lançada na manhã de ontem na sede do Sindicato dos Médicos, a campanha pede que o eleitor se informesobre o que os candidatos pensam sobre legalização da maconha.

“A campanha trabalha com desonestidade intelectual. Usando uma lógica completamente infundada sobre a legalização da maconha para desqualificar candidatos que defendem e faz isso logo em época de eleição”, afirma o publicitário Gabriel Araújo. Ele indaga sobre o argumento de que a “descriminalização” tornaria os profissionais “menos éticos em ambiente de trabalho” e destaca a já liberação de bebidas e cigarros como contra-argumentação.

A controvérsia em torno do assunto foi grande nas redes sociais e rendeu comentários inclusive em outros estados, desde ironias, piadas, críticas contundentes até os apoiadores veementes.

Membro do movimento Brasil Sem Drogas, Rossana Brasil afirma que a campanha não quer gerar polêmica. “O objetivo é sensibilizar a sociedade, as famílias, para a não legalização da maconha”. Segundo ela, após a publicação das peças relativas às profissões, o próximo passo é mapear políticos defensores da legalização da maconha.

“Vamos expor os políticos que apoiam. Sairão nos jornais essas pessoas que estão apoiando o uso recreativo das drogas”, conta Rossana. Coordenadora de Políticas Públicas do município de São Gonçalo do Amarante, ela evita comparação com álcool e tabaco e diz que o movimento trabalha para a maconha não ser “a terceira droga lícita”.

Médicos e o Conar
Apesar de ter sediado o lançamento, o Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará afirma não ter relação com o Brasil Sem Drogas. “Foi solicitado o espaço e qualquer um que queira pode usar o nosso auditório. Se os defensores da maconha quiserem usar, também podem”, conta José Maria Pontes, presidente do sindicato. Mesmo afirmando ser “pessoalmente contra a legalização”, José Maria diz que a publicidade foi “infeliz” e “pegou mal”, pois permite “interpretação dúbia”. “Acho que não deveria envolver profissionais e sim focar nas consequências da maconha”.

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) recebeu reclamações sobre as peças, porém, por meio da assessoria de comunicação, informa que se trata de uma campanha de “natureza política”. “O Conar só tem alcance sobre publicidade de natureza comercial, cabe agora à Justiça Eleitoral”, informou o órgão.

SERVIÇO

Auditório do Sindicato dos Médicos
Onde: Rua Pereira Filgueiras, 2020, sala 908, Aldeota
Tel. (85) 3226 7287

fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/politica/2014/09/10/noticiasjornalpolitica,3312207/campanha-gera-polemica-ao-pedir-votos-por-um-brasil-sem-drogas.shtml

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