Paulo Renato Abreu
paulorenatoabreu@opovo.com.br
A peça publicitária indaga sobre aceitação a médicos, pilotos e professores ''lombrados''. Próximo passo é ''expor'' políticos "pró-drogas"
Citando piloto de avião fumando “bagulho”, professores “lombrados” e
médico usando “baseado”, a campanha do movimento Brasil Sem Drogas tem
gerado polêmica. Lançada na manhã de ontem na sede do Sindicato dos
Médicos, a campanha pede que o eleitor se informesobre o que os
candidatos pensam sobre legalização da maconha.
“A campanha
trabalha com desonestidade intelectual. Usando uma lógica completamente
infundada sobre a legalização da maconha para desqualificar candidatos
que defendem e faz isso logo em época de eleição”, afirma o publicitário
Gabriel Araújo. Ele indaga sobre o argumento de que a
“descriminalização” tornaria os profissionais “menos éticos em ambiente
de trabalho” e destaca a já liberação de bebidas e cigarros como
contra-argumentação.
A controvérsia em torno do assunto foi
grande nas redes sociais e rendeu comentários inclusive em outros
estados, desde ironias, piadas, críticas contundentes até os apoiadores
veementes.
Membro do movimento Brasil Sem Drogas, Rossana
Brasil afirma que a campanha não quer gerar polêmica. “O objetivo é
sensibilizar a sociedade, as famílias, para a não legalização da
maconha”. Segundo ela, após a publicação das peças relativas às
profissões, o próximo passo é mapear políticos defensores da legalização
da maconha.
“Vamos expor os políticos que apoiam. Sairão nos
jornais essas pessoas que estão apoiando o uso recreativo das drogas”,
conta Rossana. Coordenadora de Políticas Públicas do município de São
Gonçalo do Amarante, ela evita comparação com álcool e tabaco e diz que o
movimento trabalha para a maconha não ser “a terceira droga lícita”.
Médicos e o Conar
Apesar
de ter sediado o lançamento, o Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará
afirma não ter relação com o Brasil Sem Drogas. “Foi solicitado o
espaço e qualquer um que queira pode usar o nosso auditório. Se os
defensores da maconha quiserem usar, também podem”, conta José Maria
Pontes, presidente do sindicato. Mesmo afirmando ser “pessoalmente
contra a legalização”, José Maria diz que a publicidade foi “infeliz” e
“pegou mal”, pois permite “interpretação dúbia”. “Acho que não deveria
envolver profissionais e sim focar nas consequências da maconha”.
O
Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) recebeu
reclamações sobre as peças, porém, por meio da assessoria de
comunicação, informa que se trata de uma campanha de “natureza
política”. “O Conar só tem alcance sobre publicidade de natureza
comercial, cabe agora à Justiça Eleitoral”, informou o órgão.
SERVIÇO
Auditório do Sindicato dos Médicos
Onde: Rua Pereira Filgueiras, 2020, sala 908, AldeotaTel. (85) 3226 7287
fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/politica/2014/09/10/noticiasjornalpolitica,3312207/campanha-gera-polemica-ao-pedir-votos-por-um-brasil-sem-drogas.shtml
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