12/09/2014

Glauber na terra do sol

Na publicação desta sexta-feira, o poeta e jornalista Carlos Ávila fala sobre um grande clássico do cinema brasileiro.
Filme de Glauber Rocha estreou há 50 anos nos cinemas.
Por Carlos Ávila
“Mais fortes são os poderes do povo!” – grita o bravo cangaceiro caindo morto, depois de girar alucinadamente. Corisco lutou até o fim, até o filme de Glauber terminar na tela, com a bela tomada da fuga desesperada pelo sertão até a beira-mar. “O sertão vai virar mar/e o mar vai virar sertão...”. E a cantiga nordestina de Sérgio Ricardo vai sendo “engolida” pela grandiloquência sonora de Villa-Lobos. Alegoria e poesia.
Há 50 anos estreava nos cinemas o hoje clássico “Deus e o Diabo na terra do sol”, de Glauber Rocha (1939/1981), filme de linguagem crua e cruel, aguda e áspera como a de “Os Sertões” de Euclides da Cunha (aliás, um autor referencial para o diretor baiano). O filme foi rodado em meio à crise política de 1963/64, que culminou com o golpe militar; surgiu neste clima e foi um marco na filmografia nacional (e mesmo internacional).

Dom Total

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