Na publicação desta sexta-feira, o poeta e jornalista Carlos Ávila fala sobre um grande clássico do cinema brasileiro.
Por Carlos Ávila
“Mais fortes são os poderes do povo!” – grita o bravo cangaceiro caindo morto, depois de girar alucinadamente. Corisco lutou até o fim, até o filme de Glauber terminar na tela, com a bela tomada da fuga desesperada pelo sertão até a beira-mar. “O sertão vai virar mar/e o mar vai virar sertão...”. E a cantiga nordestina de Sérgio Ricardo vai sendo “engolida” pela grandiloquência sonora de Villa-Lobos. Alegoria e poesia.
Há 50 anos estreava nos cinemas o hoje clássico “Deus e o Diabo na terra do sol”, de Glauber Rocha (1939/1981), filme de linguagem crua e cruel, aguda e áspera como a de “Os Sertões” de Euclides da Cunha (aliás, um autor referencial para o diretor baiano). O filme foi rodado em meio à crise política de 1963/64, que culminou com o golpe militar; surgiu neste clima e foi um marco na filmografia nacional (e mesmo internacional).
Dom Total
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