Por Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista
Com a renúncia definitiva aos bens paternos, aos 25 anos de idade, Francisco deu início à sua vida religiosa. Vestiu um grosso hábito, cingiu-se de áspero cordão, e tomou a resolução de viver em pobreza apostólica. Inicialmente olhado com desconfiança, aos poucos ganhou a simpatia e a admiração da população de sua cidade. Com doze companheiros, morando numa velha capelinha chamada “Porciúncula” ele iniciou o extraordinário movimento franciscano que evoluiu mais tarde em três Ordens Religiosas: A Ordem dos Franciscanos Menores; a Segunda Ordem das Clarissas; e a Terceira Ordem para leigos querendo viver no mundo a espiritualidade de Francisco. Na “Oração de São Francisco”, de origem anônima, aparecendo inicialmente em Paris, França, em 1912, e que costume ser atribuída popularmente a São Francisco, encontramos uma estrofe dizendo: “Onde houver dúvida, que eu leve a fé”. Foi justamente isso que São Francisco e seus companheiros fizeram. A vida do santo é caracterizada por uma intensa pregação e incessantes viagens missionárias, para levar às pessoas a mensagem evangélica de “paz e bem”. Ele pregou a mensagem evangélica a todas as classes sociais e isso foi à tarefa principal dos “irmãos menores”. Francisco disse aos seus irmãos “Não vos incomodeis com o conceito dos homens que vos desprezam. Pregai a penitência com toda simplicidade, confiando naquele que venceu o mundo pela humildade”. O santo, por humildade, nunca quis ser sacerdote. Com o lema “paz e bem” partiu para o Oriente em 1221 sonhando com o martírio. Tentou pregar em Marrocos, Egito e Palestina. Nesses lugares foi ouvido com respeito pelos muçulmanos embora as conversões não fossem muitas.
É interessante notar que em 1223, Francisco celebrou o Natal em Greccio com um presépio vivo, cantando o evangelho como diácono e pregando animadamente. Já debilitado fisicamente pelas duras penitências, entrou na última etapa de sua vida, que assinalou a sua perfeita configuração a Cristo, até fisicamente, através dos estigmas: Isto é, a reprodução no seu corpo dos sinais da paixão e morte de Cristo, recebidos sobre o monte Alverne em 14 de setembro de 1224. Seus últimos anos de vida foram atormentados por várias doenças que culminaram na quase total cegueira. Francisco faleceu na tarde do dia 3 de outubro de 1226, com 44 anos de idade, e foi canonizado dois anos depois de sua morte em 1228. Em 1939, o Papa Pio Xll, proclamando São Francisco o padroeiro principal da Itália, disse que ele “foi o mais italiano dos santos e o mais santo dos italianos”.
Quais são as lições que a vida de São Francisco nos ensina? São várias, entre as quais podemos citar: humildade, a necessidade de fazer penitência, a importância da conversão, a obrigação de pregar o evangelho, a importância da castidade, amor e dedicação aos pobres e mais abandonados, modéstia, a importância relativa de riquezas, a simplicidade de vida, nossa obrigação de levar a fé onde não existe ou onde está fraco, o valor da pobreza evangélica e a reconciliação etc. Hoje os restos mortais de São Francisco descansam na Basílica de Assis, na Itália, decorada com os afrescos do famoso artista e pintor Giotto di Bondone, que contam no teto da Basílica a vida de Francisco.
(Fontes: O Santo do Dia, Conti, Vozes, 1990; Dicionário dos Santos, Santidrián & Astruga, Santuário, 2004; e Breve Biografia dos Santos, Org. Silva Lima, Paulus, 2012)
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