01/11/2014

A Itália dá Samba: novo espaço musical do programa brasileiro – 5ª edição


Lendas vivas da MPB inspiram esta nova edição de “A Itália dá Samba”, gravada na renomada Sala Assunta da Rádio Vaticano. Ao redor da música tema deste programa orbitam nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e João Gilberto. Inspirada por essa tríade, a nossa convidada, a cavaquinhista italiana Sabriesse, apresenta a sua versão para “Desde que o samba é samba”.
Escrita por Caetano para que ele e Gilberto Gil a gravassem juntos no álbum Tropicália 2 (1992), Caetano definira no seu livro “Sobre as Letras”, que essa música “é uma celebração, um samba sobre o samba. Gosto muito da ideia de que 'o samba ainda não chegou / o samba ainda vai nascer', porque é uma coisa que está no João Gilberto e que é completamente oposta à posição dos protecionistas que defendem uma espécie de reserva indígena do samba. Nessa canção o samba é um projeto de Brasil, e eu gosto disso”.
A Tristeza
Substantivo feminino que exprime um estado ou qualidade de triste; falta de alegria; melancolia, define o vernáculo. Recorrentes na história do samba, a tristeza e a dor são cartas na manga para inspirar os compositores. Foram usadas por Vinícius em seu “Samba da Benção”, no qual “para fazer um samba com beleza / é preciso um bocado de tristeza”, assim como por Nelson Cavaquinho, com “tire seu sorriso do caminho / que eu quero passar com a minha dor”, e arramatadas por Caetano, em “a tristeza é senhora / desde que o samba é samba é assim...o samba é filho da dor / o grande poder transformador”.
Caetano, no entanto, prefere destacar os versos “o samba ainda não chegou, o samba ainda vai nascer”, afirmando que nessa canção o “samba é um projeto de Brasil”. Ainda em seu livro “Sobre as letras”, Caetano escreve sobre “um grande presente” em sua vida que foi João Gilberto ter gravado “Desde que o Samba é Samba”. “Isso parecia impossível porque o João sempre esteve vacinado contra esse tipo de samba, que tem muitos cacoetes, que tem pinta de clássico,
instant classic, cuja intenção vê-se logo”.
“No entanto – prossegue Caetano em seu livro – ele fez uma coisa linda e o samba só então ficou sendo realmente o que as pessoas diziam – o que parecia uma ideia cafona: um clássico”. (RB)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2014/10/31/a_it%C3%A1lia_d%C3%A1_samba:_novo_espa%C3%A7o_musical_do_programa_brasileiro_%E2%80%93_5%C2%AA/bra-833750
do site da Rádio Vaticano 

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