15/02/2012

À mestra Ivonete Maia, nosso agradecimento!



“Nossa cordial saudação pela vida que continua!”. Assim, o Presidente da Agência da Boa Notícia, jornalista e professor Francisco Souto Paulino, encerra a cartinha dirigida à jornalista e professora Ivonete Maia (1939-2012), que deixou a existência terrena no início da tarde desta terça-feira e permanece viva na memória de todos aqueles que com ela conviveram pessoalmente ou por meio de seu trabalho. Pioneira, Ivonete Maia foi aluna da primeira turma do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará e primeira mulher, no Brasil, a presidir um Sindicato dos Jornalistas, o do Ceará. A ABN se solidariza com familiares e amigos de Ivonete.
Nos últimos anos, Ivonete presidiu a Associação Cearense de Imprensa e esteve à frente da Ouvidoria da Universidade Federal do Ceará. Na UFC, ela também foi professora do curso de Comunicação Social, do qual estava aposentada, e dirigiu a Universitária FM. Ao longo de sua carreira, trabalhou nos jornais “O Nordeste”, “Gazeta de Notícias”, “O Povo”. Atuou também nas rádios Assunção e Verdes Mares.

Mesmo depois de receber o diagnóstico  de um câncer no esôfago, continuou a trabalhar. Até que o tratamento exigiu a suspensão das atividades profissionais. Ela estava internada no Hospital Universitário Walter Cantídio. O velório será na Funerária Ethernus (Rua Padre Valdevino, 1688 – Aldeota). Aqui, dirigentes da ABN, ex-alunos, amigos e companheiros de trabalho prestam homenagem a Ivonete Maia.
Francisco Souto Paulino, jornalista, professor e Presidente da Agência da Boa Notícia – “Ivonete, quando do seu despertar para vida, já colocou em seu caminho, a certeza de que ‘o universo material não é a única realidade’, como chegou a afirmar Pierre Weil. ‘O universo tal como conhecemos, faz parte de uma ordem manifestada ou explícita. Por detrás desta ordem, existe um espaço constituindo uma ordem, explícita, que contém um potencial o que chamamos de informação, vida e matéria. O estado transpessoal de consciência é acompanhado de um estado de amor e de sabedoria que mostra o sentido da existência e desperta os grandes valores, tais como a beleza, a verdade, e a compaixão’. Essa demonstração, deixou transparecer em todas as suas atividades, voltadas para a Comunicação Social. Lembro-me que quando da criação da Agência da Boa Notícia, fostes incisiva na tua mensagem, nos enviando parabéns. Demonstrou tua benquerença participando das comissões de seleção do Prêmio Gandhi de Comunicação. Nossa cordial saudação pela vida que continua.”
Ângela Marinho – Jornalista, Diretora de Comunicação da Agência da Boa Notícia – “Ivonete Maia abraçou a profissão como ideal, nas redações por onde passou, no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Ceará e na Associação Cearense de Imprensa, dos quais foi presidente. Seu trabalho no resgate da ACI, quando já tinha se decidido a retirar-se para a sua Jaguaruana, merece o nosso reconhecimento e gratidão. Sua dignidade e firmeza nas missões que cumpriu, conquistaram o respeito da sociedade. O jornalismo cearense perde uma grande liderança!”
Moacir Maia – Jornalista, professor e Secretário geral da Agência da Boa Notícia – “A jornalista, minha professora, querida amiga e líder sindical Ivonete Maia deixa um legado de inarredável compromisso com a luta coletiva dos jornalistas cearenses e do Brasil.  Escreveu muitas das páginas da história do jornalismo e das lutas da nossa categoria. Primeira mulher a presidir um sindicato de jornalistas no País e uma permanente inspiração aos que acreditam no jornalismo como um estuário das defesas dos mais relevantes interesses do nosso povo.”
Agostinho Gósson, Jornalista, Professor e Ouvidor da UFC - "Escrevo essas linhas com a emoção de quem se despede de uma amiga de elevado senso  ético e de inestimável generosidade. Sempre fraterna, corajosa, diplomata, uma dama que fez de seu prestígio um legado de amor aos seus companheiros de profissão. Cruzamos nossas vidas de maneira importante: há 25 anos, eu a substitui com o professor na UFC, quando ela se aposentou; eu a substitui na direção da Rádio Universitária, na gestão do reitor Roberto Cláudio Frota Bezerra; e, finalmente, fui convidado por ela a substituí-la na Ouvidoria da UFC. Além disso, devo meu ingresso no Sindicato dos Jornalistas do Ceará a ela, a quem coube assinar minha ficha de filiação. Estivemos juntos ainda no apoio à gestão da então prefeita Maria Luiza Fontenele, de quem fomos secretários de imprensa. Enfim, comunguei uma parte importante da vida com essa guerreira de grande e doce coração."
Italo Gurgel - Jornalista e ex-Ouvidor da UFC –  "Não ousaria dizer que, na Ouvidoria da UFC, Ivonete Maia era 'a pessoa certa no lugar certo' porque, na verdade, ela era a pessoa certa em qualquer lugar onde se exigisse ética, seriedade, honestidade, espírito cidadão. Ivonete era talhada para enfrentar desafios, o que fez durante toda a sua vida. Na Ouvidoria, assim como na sala de aula, no Sindicato, na ACI, ela foi pródiga em dar lições, sem jamais ser professoral. Ensinou a Ética oferecendo, como exemplos, suas próprias atitudes. Ensinou a Coragem exercitando a verdade. Sempre tive profundo orgulho de ser amigo, colega - e quase irmão - de Ivonete Maia.”
Gilmar de Carvalho - Jornalista, pesquisador e professor da UFC – “Ivonete foi uma mulher guerreira na vida e na luta contra a morte. Deixa um legado de competência e ética. Sempre fomos muito próximos, como professores do Curso de Comunicação Social, na Associação Cearense de Imprensa,  onde ela sonhava em lançar um projeto editorial da ACI. Sempre me emocionou a ligação dela com a terra, com Jaguaruana, com o sertão”.
Erilene Firmino, jornalista, chefe de reportagem do Diário do Nordeste -  "Oficialmente, Ivonete Maia foi a minha professora no primeiro semestre do Curso de Comunicação Social da UFC. Era a turma 88.1 e eu chegava ao curso, após muitos anos desejando fazê-lo. Foi cedo que decidi ser jornalista. Então, para mim, só em estar na mesma sala que ela já era uma honra, porque mesmo já sabia de sua trajetória como jornalista.  Eu a admirava. Nas aulas, eu quase não falava, ficava só atenta ao que dizia. E tem sido assim durante todos estes anos. Mesmo depois de formada, mesmo depois de entrar no mercado de trabalho, mesmo agora quando ocupo a função de Chefe de Reportagem do turno da tarde do Diário do Nordeste, o que ela tinha a dizer era sempre mais importante. Mesmo fora da faculdade e colegas de profissão, jamais consegui chamá-la só de Ivonete. Na  ACI, no Sindicato, na redação do jornal, sempre a chamei de Professora, como o faço até agora. Fisicamente, a mestre morreu. Suas lições continuarão, entretanto, em mim ad infinitum. Em mim e, claro, na história do jornalismo cearense."
Valney Ferreira – Secretário-executivo da Associação Cearense de Imprensa – “Convivi com a Ivonete em dois mandatos – de 1989 a 1992 e de 2007 até agora. Para mim, é uma pessoa digna que sempre dava atenção à maneira de você falar. Era compreensiva e justa com os funcionários. Sempre se preocupava com a entidade, sempre teve cuidado em buscar melhorias para os funcionários. Mesmo depois do diagnóstico da doença, continuava a trabalhar.”
Carmina Dias – Jornalista da Agência da Boa Notícia e da Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing da UFC – “Fui aluna da Profª Ivonete no curso de Comunicação Social da UFC. Poderia dizer muitas coisas. Mas deixo o registro de duas falas dela que me marcaram. Uma, na sala de aula de Relações Públicas. A Professora, como continuo a chamá-la, surpreendeu-me ao declarar que não gostava da disciplina. Gostava mesmo era de ‘ Jornalismo’. Deu-me uma lição sobre falar a verdade. A outra fala, não ouvi, li na entrevista incompleta – porém emocionante – feita por Ana Mary Cavalcante e Sara Maia, para as Páginas Azuis de O Povo de ontem: ‘Não tem nada a ver soberba na vida’, disse Ivonete. Reconheceu que, diante do câncer – que poderia ser outra situação limite, penso - ‘a gente fica mais humano, faz uma reflexão muito grande em cima dessa soberba.’ Deu-me uma lição de humildade...e humanidade.” 
Roberto Cláudio - Deputado, Presidente da Assembleia Legislativa do Ceará - "Ivonete Maia, mulher de fibra e compromissos.Seja como líder sindical, professora da universidade ou jornalista de redação, Ivonete Maia sempre inspirou aos que acreditam na luta pelas liberdades democráticas e na defesa dos altos interesses da nossa sociedade. O seu exponencial legado de profissional de jornalismo, quer seja no exercício do mandato sindical ou mesmo na ACI – Associação Cearense de Imprensa, foi a tarefa de quem soube construir pela concórdia e respeito aos demais. A história do jornalismo cearense e do Brasil tem na vida profissional de Ivonete Maia um personagem de fortes contornos e indiscutível compromisso com as nobres causas de nossa gente, desde os rincões jaguaribanos até as trincheiras em que atuou aqui na Capital. Sua luta fez um Ceará maior e mais humano."
Na foto: Prof. Souto Paulino e Profª Ivonete Maia na entrega do Prêmio Gandhi de Comunicação 2009
Fonte: Agência da Boa Notícia - (fone: 85 3224 5509)


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