25/06/2012

pós impeachment, Dilma discute com ministros 'punições' ao Paraguai


KELLY MATOS
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA
A presidente Dilma Rousseff reuniu-se nesta segunda-feira no Palácio do Planalto com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, para tratar sobre a situação do Paraguai. O encontro, que durou aproximadamente uma hora, também contou com a presença do ministro da Defesa, Celso Amorim, e do assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.
Durante a reunião, Dilma e os ministros trataram sobre as 'punições' que devem ser aplicadas ao Paraguai em função do impeachment-relâmpago do presidente Fernando Lugo, na última sexta-feira. O Brasil e as demais nações da América do Sul decidiram suspender o Paraguai do Mercosul e da Unasul até as eleições presidenciais previstas para abril do ano que vem. Em comunicado ontem à noite, a Chancelaria da Argentina confirmou a suspensão.
Na próxima sexta-feira, um encontro dos países do Mercosul decidirá o destino imediato do Paraguai. A reunião da Cúpula do Mercosul será em Mendoza, na Argentina. O novo governo paraguaio deve ficar de fora, mas Lugo afirmou que participará do evento.

Impeachment de Fernando Lugo

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Andrés Cristaldo - 25.jun.12/Efe
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Cerimônia de posse de novos ministros paraguaios, em Assunção
Antes da discussão sobre o Paraguai, a presidente Dilma reuniu-se, por cerca de uma hora e meia, com oito ministros para fazer um balanço sobre a conferência Rio+20, realizada na semana passada no Rio de Janeiro. Participaram os ministros: Antonio Patriota (Relações Exteriores), Celso Amorim (Defesa), Gleisi Hoffman (Casa Civil), Helena Chagas (Comunicação Social), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Tereza Campello (Desenvolvimento Social), Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) e Marco Aurélio Garcia (assessor especial para assuntos internacionais).
EFEITO MERCOSUL
Não se sabe qual efeito terá o isolamento paraguaio do Mercosul e da Unasul (União de Nações Sul-Americanas). Espera-se que a suspensão pressione o atual governo. A ideia foi costurada no fim de semana. Os vizinhos querem desencorajar ações similares na região.
Em reunião com ministros no sábado (23), Dilma foi informada sobre rumores de que Federico Franco --o vice que se tornou mandatário em 30 horas-- pretende antecipar as eleições de 2013 para este ano.
Convocado para consultas pelo Itamaraty --sinal diplomático de reprovação-- o embaixador do Brasil em Assunção, Eduardo dos Santos, pode permanecer em Brasília até o fim da gestão Franco.
Nos bastidores, quase ninguém crê em reversão do quadro paraguaio. Para ministros e a própria Dilma, Lugo não buscou nem conseguiu mobilizar a população --na reunião, ele foi comparado a Manuel Zelaya, presidente hondurenho deposto em 2009, que resistiu por meses.

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