13/02/2013

ONU condena novo teste nuclear da Coreia do Norte


Soldado sul-coreano observa as ondas sísmicas de teste nuclear feito pela Coreia do Norte (Foto: Lee Jin-man/AP)O Conselho de Segurança da ONU condenou nesta terça-feira (12) o teste nuclear realizado na última madrugada pela Coreia do Norte e anunciou que trabalhará de forma "imediata" para negociar uma nova resolução que inclua "medidas apropriadas" diante da última "ameaça" do regime de Pyongyang. 
"O Conselho condena energicamente o último teste, uma violação de anteriores resoluções do Conselho que representa uma clara ameaça para a paz e a segurança internacional", disse Kim Sung-hwan, ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, país que está com a presidência rotativa do órgão.
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, disse após a reunião que o novo teste é "altamente provocador" e advertiu ao governo norte-coreano que a comunidade internacional não vai permitir novos desafios, que só vão trazer "um maior isolamento internacional" ao país.
Fontes diplomáticas afirmaram à Agência Efe anteriormente que não consideravam provável que desta primeira reunião saíssem novas sanções, já que esperavam que o embaixador da China, habitual aliado do regime de Pyonyang, solicitasse tempo para realizar consultas com seu governo.
O teste nuclear é o terceiro realizado pela Coreia do Norte e segundo o anúncio oficial foi feito com um dispositivo "menor" e "altamente explosivo", o que indicaria um grande avanço tecnológico do regime liderado por Kim Jong-un. O teste foi feito em uma base no nordeste do país e, segundo o Ministério da Defesa da Coreia do Sul, alcançou entre 6 e 7 quilotons, o que representa mais de um terço da magnitude da bomba de Hiroshima.  
Após o lançamento de um foguete de longo alcance no ano passado, o Conselho de Segurança aprovou em 22 de dezembro, por unanimidade, novas sanções contra Pyongyang, entre elas o congelamento dos ativos do Comitê Coreano de Tecnologia Espacial encarregado do lançamento e de outros organismos. 
Outras reações
O governo brasileiro manifestou sua preocupação pelo teste nuclear realizado pela Coreia do Norte e pediu ao país asiático que cumpra plenamente as resoluções sobre o assunto aprovadas pela ONU.
"O governo brasileiro pede à República Popular Democrática de Coreia que cumpra plenamente as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança e contribua ativamente para gerar as condições necessárias para o reinício das negociações para a paz e a segurança na Península Coreana", segundo um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
A Rússia também condenou o teste e afirmou que o país merece uma adequada reação por parte da comunidade internacional. "Sem dúvidas, tal comportamento, que não corresponde com os critérios de convivência aceitos internacionalmente, merecem condenação e uma adequada reação da comunidade internacional", diz o comunicado da Chancelaria russa. Moscou acredita que chegou o momento de criar "um sistema de manutenção da paz eficaz" na região do nordeste asiático. 
A União Europeia (UE) afirmou que pedirá à comunidade internacional uma "resposta firme" à Coreia do Norte e urgiu o país asiático a "abandonar imediatamente" esse tipo de prova. A Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Catherine Ashton, pediu para Pyongyang cooperar com a comunidade internacional, assim como suspender os testes com armas nucleares e seu programa de enriquecimento de urânio, de maneira "completa, verificável e irreversível". 
"A UE trabalhará com seus membros mais importantes e com a comunidade internacional para dar uma resposta firme e única para demonstrar a Coreia do Norte que suas contínuas violações das resoluções do Conselho de Segurança da ONU têm consequências", disse Catherine em comunicado.
A alta representante também pediu à Coreia do Norte retomar os diálogos de seis lados, nas quais participavam as duas Coreias, Estados Unidos, China, Japão e Rússia, e que Pyongyang paralisou em 2008, já que Catherine considera que essa é a única via para reforçar a estabilidade regional. 
AC
Revista Época

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