Dom Sergio da Rocha*
A antífona de entrada da missa deste IV Domingo da Quaresma afirma: “Alegra-te, Jerusalém! Reuni-vos, vós todos que a amais; vós que estais tristes, exultai de alegria! Sacia-vos com a abundância de suas consolações” (Is 66,10s). Por isso, este Domingo, na Liturgia, é denominado “Laetare”, palavra latina correspondente ao início da antífona rezada: “Alegra-te!” Para expressar este espírito de júbilo, permitem-se, hoje, paramentos de cor rósea e a ornamentação do altar com flores. Por que exultar de alegria? Nós encontramos a resposta na Liturgia da Palavra, especialmente, no Evangelho.
Louvamos a Deus, com alegria, porque ele libertou o seu povo da escravidão, conforme nos recorda o livro de Josué. Nós nos alegramos porque, em Cristo, somos reconciliados com Deus e nos tornamos novas criaturas, segundo proclama São Paulo (2Cor 5,17-21).
Nós exultamos de alegria porque Deus é Pai bondoso e misericordioso, conforme nos ensina Jesus na parábola do Filho Pródigo (Lc 15). Ao rezar o Salmo responsorial (Sl 33), somos convidados a fazer a experiência do amor misericordioso de Deus, respondendo ao convite do salmista: “Provai e vede quão suave é o Senhor!”
Nós exultamos de alegria porque Deus é Pai bondoso e misericordioso, conforme nos ensina Jesus na parábola do Filho Pródigo (Lc 15). Ao rezar o Salmo responsorial (Sl 33), somos convidados a fazer a experiência do amor misericordioso de Deus, respondendo ao convite do salmista: “Provai e vede quão suave é o Senhor!”
Entretanto, o louvor e o júbilo manifestados na Liturgia devem se prolongar em nossa vida. Por isso, acolhemos a Palavra de Deus na liturgia e na vida, procurando por em prática o que Deus nos fala. Nesta Quaresma, para bem celebrar a Páscoa, somos convidados a fazer a experiência semelhante à do Povo de Deus, descrita pelo Livro de Josué, que é a passagem da escravidão para uma nova vida, com a liberdade e a paz oferecidas por Deus. Motivados pela segunda leitura, da 2ª Carta de S. Paulo aos Coríntios, acolhemos a vida nova em Cristo, deixando-nos reconciliar com Deus e com os irmãos. A Quaresma é tempo especial de perdão e reconciliação! Por fim, a belíssima parábola narrada por São Lucas nos leva a reconhecer a nossa condição de filhos pródigos que, arrependidos do pecado e querendo recomeçar a vida, caminham confiantes em direção à casa do Pai misericordioso, que vem ao nosso encontro com os braços abertos, alegrando-se conosco.
É dele que nos vem a verdadeira alegria que caracteriza a Liturgia de hoje e a nossa vida cristã. Sem o perdão e a reconciliação, não há verdadeira alegria. Contudo, o contexto em que a parábola é contada por Jesus, nos faz pensar no modo como tratamos os irmãos que erram. Jesus estava sendo criticado pelos fariseus e mestres da Lei (Lc 15,2) por acolher os pecadores e fazer refeição com eles. A recusa do filho mais velho da parábola retrata bem a atitude dos fariseus, muito diferente do modo misericordioso de agir do Pai. Por isso, sejamos misericordiosos com nossos irmãos!
*Arcebispo Metropolitano de Brasília
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