Dom Aldo Pagotto, sss*
Facções da esquerda festiva, simpatizantes ideológicos do regime ditatorial cubano, tentaram intimidar e impedir a filóloga e jornalista Yoani Sánchez de denunciar comprovados arbítrios da versão tropical do bolchevismo, instalado por Fidel Castro na Pérola das Antilhas, desde os idos de 1959. Suas denúncias documentadas divulgadas pelo blog “Generación Y” são valiosas contribuições para o re-estabelecimento do regime democrático e do desenvolvimento integral do povo cubano, mergulhado no atraso. Fidel manteve-se no poder por mais de 50 anos. Fez-se “suceder” pelo irmão Raul, fadando o País ao subdesenvolvimento sociopolítico e econômico, graças a uma mera ideologia comunista.
A história registra o abominável “paredão” de fuzilamento de Fidel, onde milhares de cidadãos cubanos foram sumariamente executados por discordar e contrariar os delírios do caudilho. “El paredon” foi a versão dos campos de concentração e de extermínio de Hitler, nazista, que condenou os judeus ao trabalho forçado, à tortura e por fim à eliminação de 6 milhões da raça que esse esquizofrênico considerava “impura”.
Yoani, a jornalista, desmascara a cumplicidade das mentiras contadas em prosa e verso pelos grupelhos adeptos do autoritarismo que ora a praguejam. Patrocinados por ideólogos do poder cubano, deles recebem e repassam palavras de ordem. Para essa gente não existe lógica racional, diálogo, tolerância, respeito, justiça, democracia. Sua arma estratégica é badernar, agredir e, por fim, culpar a sociedade ou alguém, sempre taxado de oligarca ou classe dominante do Capitalismo. Grupos de pressão servem como massa de manobra. O mundo mudou. O discurso dessa gente não.
O materialismo prático apregoado por Marx, Lenin, Stalin e demais seguidores derivou-se em regimes totalitários de várias tendências, porém nenhuma delas conseguiu estabelecer-se, a não ser pela força. No Brasil ainda há quem defenda a ideologia retrógada de uma eventual gestão marxista que, na realidade, nunca deu certo em lugar algum do planeta. Por quê? O Marxismo alimentou o conflito odioso pelo viés da luta de classes, intrigando uns contra outros. O jargão marxista reza que toda propriedade e todo meio produtivo devem estar nas mãos dos oprimidos que, pois, devem expropriar os ricos, acusados “a priori” de serem opressores dos pobres.
O erro do Marxismo reside no materialismo confiscatório. Reside uma função social em toda propriedade e nos meios produtivos, devendo gerar oportunidades e inclusão social de todos, tal que se desenvolvam e cresçam. Porém, o ódio da luta de classes não gera comunhão nem condições de produção e de sustentabilidade. Ódio gera revolta, exclusão. O amor solidário e fraterno gera a comunhão das liberdades que, por sua vez, gera oportunidades. A ideologia marxista confunde propositalmente a propriedade e os meios produtivos com roubo, exploração, opressão.
Ora, nenhum Estado é todo poderoso e não conseguiria gerar o desenvolvimento da população sem contar com o incentivo da iniciativa privada. Isso os marxistas utópicos da esquerda festiva não aceitam. Eles logo taxam a iniciativa privada com a pecha de privatização. A mentalidade atrasada acha que o governo deve ser paternalista e dar tudo nas mãos do povo. Por essa razão muita coisa não vai para frente no Brasil. A propósito, o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou que assentamentos de trabalhadores sem-terra feitos pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) transformaram-se em favelas rurais. A pretensa reforma agrária nunca se faria em base à expropriação de terras, ao estilo do MST, sem a oferta de condições aos que realmente têm vocação para a produção agrícola, necessitados de assistência técnica e crédito para a produção de qualidade.
*Arcebispo Metropolitano da Paraíba
Nenhum comentário :
Postar um comentário