09/03/2013

Satélites revelam campos de concentração


MUNDO
Coreia do Norte
Texto Francisco Pedro | Foto Lusa | 09/03/2013 | 07:47
As imagens captadas pelos satélites demonstram que os «campos de detenção» existentes na Coreia do Norte estão cada vez maiores. A Amnistia Internacional pede uma comissão independente para investigar as violações dos direitos humanos
IMAGEM
Com base em novas imagens tiradas do espaço, a Amnistia Internacional (AI) chegou à conclusão que os famosos «campos de detenção» existentes na Coreia do Norte estão a crescer de dia para dia e ocupam já grande parte das povoações circundantes, mantendo em reclusão mais de 200 mil prisioneiros políticos e dissidentes, por motivos de consciência ou de religião. Num comunicado enviado à agência Fides, a AI pede à ONU que crie «uma comissão independente de investigação sobre as graves, sistemáticas e difusas violações dos direitos humanos, inclusive crimes contra a humanidade, em andamento no país». 

A organização de defesa dos direitos humanos foi avisada da possível construção de um novo campo de prisão política, na província de Pyongan do Sul, e pediu a uma empresa que lhe fornecesse imagens de satélite da zona. A análise das fotografias aéreas revelou que, desde 2006 até agora, a Coreia do Norte construiu 20 quilómetros de perímetro em volta do vale de Ch’oma-bong, com novos pontos de acesso controlados e com torres de vigilância. 

Desta forma, o governo «reforça o controlo sobre o movimento da população que vive perto do campo de detenção, anulando, de fato, a distinção entre os detidos do campo de prisioneiros e os habitantes do vale», observam os responsáveis da AI, manifestando sérias preocupações «com as condições de vida dos moradores, no âmbito do novo perímetro, e pelas intenções futuras do executivo norte-coreano». 

Estima-se que mais de 200 mil pessoas, incluindo crianças, são mantidas em campos de prisioneiros políticos e em outros centros de detenção da Coreia do Norte, e submetidas a violações de direitos humanos. Além de serem obrigadas a trabalhos forçados, serão torturadas e sujeitas a tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. Muitos presos não cometeram nenhum crime, estando ligados apenas a pessoas consideradas infiéis ao regime.

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