Lugares de lazer para quem aprecia a vista da Praia de Iracema, os espigões situados no início das ruas João Cordeiro e Rui Barbosa encontram-se em situações diferentes, porém ambos exigem algumas mudanças. No primeiro, o descaso e a insegurança, já no outro, o bem-estar dos visitantes se mistura a uma paisagem com pichações.
Além de pichações, a população que visita a Beira-Mar reclama da escuridão em alguns pontos e da falta de segurança FOTO: KIKO SILVA
Exemplo do incômodo em relação às dificuldades existentes nesses locais é a promotora de vendas Patrícia Brasil. Ela lembra que, apesar de ir ao espigão da João Cordeiro acompanhada do marido e da filha no mínimo duas vezes durante o mês, após o pôr-do-sol, sente-se mais vulnerável a assaltos. "Não vejo policiamento por aqui, além disso, as lâmpadas no final do espigão não funcionam, e algumas estão até quebradas, o que aumenta a escuridão e o perigo para todos que estão aqui", ressalta.
Outro aspecto que Patrícia pontua é a sujeira tanto de resíduos que os visitantes jogam no espigão como também as pichações feitas nele. "Um ponto turístico como esse foi feito e depois esquecido. A falta de manutenção e o descaso acabam deixando a gente com medo", confessa.
O mesmo afirma o comerciante Jorge Ribeiro que frequenta o espigão quase todas as manhãs. "Têm algumas obras inacabadas que deixaram blocos de concreto com parafusos expostos e, mesmo no início do dia, já existem usuários de drogas no lugar. Pelo menos, sempre vejo a presença de guarda municipal na entrada desse espigão, por isso não me sinto tão inseguro", destaca o comerciante.
Cenário
A situação no espigão situado na Rui Barbosa não é igual, todavia, os atos de depredação no lugar também chamam a atenção de quem passa e incomoda os frequentadores do local. O Jorge Ribeiro também costuma passear por ali, no entanto enfatiza que, exceto as pichações, há somente elogios sobre o lugar.
Já o aposentado José Carlos Lima mora próximo do espigão da Rui Barbosa e conta que sempre aproveita o bem-estar que o lugar lhe proporciona. "Todos os dias, às 18 horas, venho para cá e percebo a boa iluminação e segurança nesse espigão".
De acordo com as informações da assessoria de comunicação da Secretaria Regional II (SERII), está previsto ainda para este mês uma ação de limpeza e a manutenção dos espigões, com a retirada de pequena vegetação e resíduos sólidos. Quanto à iluminação naquela lugar, a Regional é responsável pela catalogação das lâmpadas defeituosas para informar ao órgão que realiza a substituição.
Sobre a segurança, o comandante do Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas, coronel Cláudio Mendonça, diz que as ocorrências são referentes ao uso de drogas (sobretudo maconha) principalmente no espigão da João Cordeiro. "Apenas neste ano já realizamos 30 procedimentos conduzindo menores à delegacia. Por ser longo (612 metros), a inserção de policiamento no local é intensa se comparada ao da Rui Barbosa, com metade do tamanho e poucas ocorrências". Sobre os assaltos citados por frequentadores, o coronel revela que não há incidência dentro dos espigões.
Equipamento gera mais expectativas
Tapumes, grandes pedras caminhões e escavadeiras formam cenário na Avenida Beira-Mar, em frente ao Náutico Atlético Cearense, anunciando a construção de uma nova estrutura: o espigão. Apesar dos dois já existentes na área, o novo possui 300 metros e tem atraído olhares, gerando um misto de transtornos e expectativas por parte das pessoas que dependem do comércio ali próximo.
Iniciada no mês de maio, a obra está prevista para ser finalizada em setembro. Enquanto isso, os vendedores apresentam opiniões diversas quanto aos danos e ao que virá de positivo com a entrega do novo espigão.
Para a feirante Maria das Graças Teixeira (locada há 13 anos na Feirinha da Beira-Mar) cuja barraca se encontra ao lado da estrutura construída, a intervenção gerou alguns prejuízos que irão compensar futuramente. "A obra dificulta a nossa venda, porque um lado fica fechado para os visitantes e acaba diminuindo o movimento. Mas é preciso fazer essas mudanças para melhorar. Temos que apoiar as benfeitorias", enfatiza.
Já de acordo com o feirante José Mauro Pereira, que trabalha há 15 anos no ponto e também tem sua barraca ao lado do canteiro de obras, a construção não prejudica o seu comércio e trará apenas vantagens. "Depois que ficar pronto, o espigão vai melhorar bastante as vendas, porque vai atrair mais gente para ver o trajeto bonito e essas pessoas vão acabar chegando na feirinha", acrescenta.
A construção compõe o projeto de Nova Beira-Mar de Fortaleza e a escolha do local na avenida foi feita a fim de permitir o aterramento hidráulico entre as avenidas Rui Barbosa e Desembargador Moreira e a melhoria na urbanização do calçadão. Fortaleza já possui 15 espigões; sendo quatro nessa região e 11 na praia da Leste-Oeste.
Projeto
Os trabalhos programados para requalificação da Avenida Beira-Mar contam ainda com pavimentação das vias de tráfego de veículos, estacionamentos, passeios, ciclovias, a construção de um aterro hidráulico, além de tratamento paisagístico, requalificação da feira de artesanatos, do Mercado dos Peixes, dos embarcadouros, da área de manutenção de jangada, dos quiosques e a instalação de um bonde elétrico.
VICKY NÓBREGAESPECIAL PARA CIDADE
Diário do Nordeste
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