25/08/2013

"Gestos do Papa são um estímulo, um convite para seguirmos o exemplo", diz responsável por centro de refugiados que será visitado por Francisco


Cidade do Vaticano (RV) - “O Papa foi convidado e respondeu pessoalmente que viria. Agora, tudo isto se realiza”. Foi o que afirmou o Padre Giovanni La Manna, Presidente do Centro Astalli, em relação à visita que o Papa Francisco fará no próximo dia 10 de setembro, às 15h30min, a este centro de acolhida de refugiados, administrado pelos jesuítas no coração de Roma. O Sacerdote falou com a Rádio Vaticano sobre o significado desta visita:


R: “É um ulterior sinal de uma continuidade na proximidade às pessoas que são obrigadas a deixar a própria terra por causa das guerras e perseguições; é uma continuidade cotidiana feita por gestos simples, concretos, que são um estímulo, um convite a todos nós, para seguirmos o exemplo”.

RV: O Papa insiste muito na ‘proximidade’: também o gesto de ir fisicamente aos locais tem uma importância particular…

R: “Eu diria, é disponibilidade de ir o encontro. O Papa fala de globalização da indiferença: bem, nós não podemos fingir que não sabemos disto. Com coragem, o Papa nos convida a sair de nós mesmos. Do encontro com o outro nasce algo que é positivo para todos. Se subtrairmos perdemos o sentido de fazer parte de uma única comunidade. É um grande incentivo para nós, como Igreja. O Papa foi claro: ‘Precisamos de testemunhas e não de mestres’”.

RV: Mais ou menos, que realidade o Papa irá encontrar? Quantos refugiados? E que tipo de serviço? Como vocês pensam em apresentar esta estrutura ao Papa?

R: “O Papa poderá encontrar os refugiados que chegam a Roma, e são tantos. São pessoas que têm necessidade de comer, de tomar banho, de poder encontrar um médico, receber um medicamento, assistência legal e social...Em média, recebemos diariamente 450 pessoas para o almoço, que não é o número efetivo, porque mulheres, crianças, pessoas com problemas não fazem fila”.

RV: Mais ou menos, quais são as suas nacionalidades

R: “Primordialmente, neste momento, vem da África com um incremento de egípcios e de sírios, sobretudo núcleos familiares que fogem: os sírios da guerra e os egípcios de religião copta que tem problemas neste momento no Egito procuram salvar-se chegando à Itália, e passam por Roma”.

RV: Tendo em vista estes fluxos migratórios que tem mudado de rota nestes dias - agora estão dirigindo-se à costa leste da Sicília. Chegam tantos refugiados, e são sírios - o que o senhor acha?

R: “Os últimos exemplos de mudança de rota e de modalidade de chegada demonstram que os traficantes continuam a ganhar em cima destas pessoas em dificuldade, com a nossa cumplicidade”.

RV: Retornando a vocês, ao Centro Astalli: imagino que o senhor esteja feliz neste dia, mesmo que será um dia bem empenhativo…

R: “Eu estou muito contente que o Bispo de Roma, o Vigário de Cristo, realize o seu encontro com os refugiados do Centro Astalli. Para mim é a escola que me mantém vivo, me ensina a reconhecer Cristo, a entender o que é verdadeiramente importante na vida e sobretudo em reconhecer uma coisa que não aparece nos nossos balanços, que é a Providência de Deus que se concretiza ali, onde não estamos preocupados em obter algum lucro, mas onde se é capaz de partilhar antes de tudo aquilo que se é, e depois aquilo que se tem”. (JE)

Rádio Vaticano 

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