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Caminhoneiros, trabalhadores do setor de saúde e centenas de organizações agrárias e populares da Colômbia iniciarão na próxima segunda-feira (19) uma Paralisação Nacional Indefinida para protestar contra os altos custos de vida e a crise econômica, social, ambiental e política que são agravadas pelas medidas injetadas pelo governo no país.
De modo geral, os diferentes setores criticam a implantação dos Tratados do Livre Comércio que impactam diretamente sobre a produção nacional encarecendo o preço da cesta básica alimentar e elevando os preços dos combustíveis. O objetivo é questionar o atual modelo econômico baseado no extrativismo e na intervenção estrangeira na Colômbia.
Os cerca de 230 mil caminhoneiros reclamam ainda dos altos preços dos pedágios nas estradas e os profissionais da saúde criticam a legislação que pretende privatizar o direito à saúde. Os camponeses e setor agrário, que já estão em greve e conflito na região de Catatumbo, defendem a soberania alimentar e nacional.
Em comunicado público, a Mesa Nacional Agropecuária e Popular pede que o presidente Juan Manuel Santos elabore um "novo modelo político, social e econômico” para favorecer as populações mais vulneráveis, em especial, os agricultores e medidas para combater a crise da produção agropecuária no país.
Também pedem acesso à propriedade de terra, reconhecimento dos territórios camponeses, participação efetiva das comunidades na formulação da política mineira, investimento social na população rural e urbana, entre outros.
Para planejar as manifestações e elaborar a agenda de ações, a Central Unitária dos Trabalhadores (CUT) informou que foram feitas reuniões com organizações sociais e políticas com base no histórico de conflitos laborais e sociais. A CUT colombiana planeja promover também mobilizações e concentrações na terça-feira, dia 20, como forma de apoiar a paralisação de segunda-feira.
Dentro deste contexto, as organizações sociais e sindicais convocam a população para participar do II Encontro Nacional de Unidade Popular que será realizado entre os dias 31 de agosto e 1º de setembro em Bogotá e que promoverá a discussão e o fortalecimento entre os movimentos sindicais, sociais e políticos. A ideia é elaborar um documento de unidade nacional com propostas dos setores sociais e populares.
Para especialistas, a atual crise que afeta vários setores na Colômbia tem origem no conflito capital-trabalho, agravado pela aplicação de políticas neoliberais que promovem o aumento da produtividade e do capital, mas não refletem no incremento salarial dos trabalhadores.
Um exemplo disso é que, segundo um informe global da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Colômbia está entre os países com os piores salários pagos aos trabalhadores formais. Enquanto a média mundial salarial gira em torno dos 1.480 dólares por mês, na Colômbia os trabalhadores recebem cerca de 692 dólares mensais, ou seja, menos da metade da média global.
Com informações da Anncol.
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