13/07/2014

Ampliação do Brics não será discutida em Cúpula

Dilma Rousseff garante que o encontro deste ano não tratará da entrada de novos países no grupo de emergentes

Brics
Durante o encontro do Brics, Dilma Rousseff receberá os presidentes da Rússia, Vladimir Putin; da China, Xi Jinping, e da África do Sul, Jacob Zuma, além do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi
FOTO: REUTERS
Brasília. A presidente Dilma Rousseff afirmou na última sexta (11) que a eventual ampliação do grupo de potências emergentes Brics - formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - para novos membros não está na agenda de discussão da cúpula que acontece na terça que vem em Fortaleza.
Para ela, a ampliação do Brics "não está na discussão" prevista para a cúpula, que ocorre em 15 de julho, no Centro de Eventos do Ceará. A afirmação foi dada em um encontro com correspondentes, no Palácio da Alvorada.
Dilma, contudo, comemorou o que considerou o principal legado da cúpula. "Queríamos duas coisas, há um ano e meio: o novo Banco de Desenvolvimento do Brics e o acordo de reservas. Nessa cúpula, ambos vão nascer", revelou, acrescentando que "concluímos o acordo".
Aporte de todos
O Banco do Brics, que deve ser lançado nesta semana, se destinará ao financiamento de infraestrutura e contará com um capital de US$ 50 bilhões, dos quais US$ 10 bilhões serão entregues em dinheiro pelos países em partes iguais - segundo fontes ligadas ao Ministério da Fazenda do Brasil. O acordo de reservas, que buscou inspiração no fundo europeu de garantias, já está negociado. Os países se comprometem a pôr à disposição US$ 100 bilhões das respectivas reservas internacionais, em caso de problemas na balança de pagamentos de um deles. Nessa caso, a China contribuirá com US$ 41 bilhões para o fundo; Brasil, Rússia e Índia, com US$ 18 bilhões cada um; e a África do Sul, com US$ 5 bilhões.
Na próxima quarta-feira, dia 16, os presidentes do Brics também vão receber os chefes de Estado sul-americanos, em uma reunião em Brasília. Dilma Rousseff disse que convidou os países sul-americanos, repetindo o gesto do último anfitrião, o sul-africano Jacob Zuma, que chamou os africanos para uma reunião à parte com os líderes do Brics.
Na cúpula em si, Dilma receberá os presidentes da Rússia, Vladimir Putin; da China, Xi Jinping, e da África do Sul, Jacob Zuma, além do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
Copa festejada
A presidente Dilma Rousseff também festejou na última sexta-feira (11) o sucesso da Copa do Mundo no Brasil, apesar dos fatídicos prognósticos dos críticos, e confirmou ainda que vai entregar a taça ao vencedor da final deste domingo, no Maracanã, entre Argentina e Alemanha.
"Conseguimos fazer a Copa, apesar dos que diziam que seria um caos (...), que seria um horror", destacou a presidente. Ela ironizou o grande ceticismo - dentro e fora do país - em relação ao sucesso do Mundial no Brasil, e lembrou que alguns "diziam que iria faltar luz". "Trabalhamos muito", destacou Dilma, afirmando que o Brasil mostrou sua "paixão" pelo futebol e "competência para organizá-lo".
"Seria grave para meu governo se tivéssemos perdido fora de campo", na organização do evento, avaliou Dilma, lembrando que "a infraestrutura que construímos não foi para a Copa, mas para o Brasil".
Futebol brasileiro
Tratando apenas do desempenho dentro de campo, a presidente lamentou profundamente a derrota do Brasil para a Alemanha, pelo inédito placar de 7 a 1 em uma semifinal, mas destacou que o País é pentacampeão do Mundo e tem ídolos como Pelé e Garrincha. "Somos capazes de encarar uma derrota e seguir em frente", avaliou a presidente.
Dilma, porém, opinou que o futebol brasileiro e suas instituições precisam de uma ampla renovação, como a Alemanha fez em 2000 após perder a Eurocopa. A presidente lamentou que craques brasileiros sejam exportados e defendeu "o direito absoluto que temos de manter nossos atletas aqui", opinando que a solução passa por um amplo trabalho com o futebol de base.
Dilma, que foi ofendida pela torcida brasileira na partida entre Brasil e Croácia, na abertura da Copa, no Itaquerão, afirmou que, se for vaiada novamente, no Maracanã, "faz parte do ofício". A presidente não revelou se torcerá para Argentina ou Alemanha na final, e destacou que é preciso ter "fair play".
Diário do Nordeste

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