Fundada no início de 2002, em Fortaleza, a Associação Beija-Flor-Funface (ABF) nasceu envolvida pelo manto da solidariedade e necessidade. Observando a grande demanda de pacientes portadores de deformidades faciais sem oportunidades de seguir com o tratamento adequado, médicos e outros profissionais voluntários idealizaram a entidade e passaram a transformar a vida de pessoas com fissura labiopalatina (conhecida como lábio leporino) em sorrisos cheios de esperanças.
“A ABF foi criada com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das crianças e adultos portadores de fissura lábio-palatal e outras deformidades faciais e de suas famílias. Hoje os pacientes que dependem do sistema público de saúde, infelizmente, não conseguem um tratamento adequado e por conta disso ficam sequelados. Nossa luta é reverter esta situação. O tratamento se estende do nascimento até a fase adulta, são no mínimo 18 anos de tratamento”, explica José Ferreira Cunha, cirurgião Buco-Maxilo-Facial e co-fundador da Associação Beija-Flor-Funface.
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Conforme Dr. Ferreira, a entidade assiste pacientes com deformidades faciais do Ceará em todas as suas necessidades, que vão desde o nascimento, com a dificuldade de amamentação até o adulto na sua busca de inserção no mercado de trabalho. Vale destacar que o tratamento é longo e a maior parte dos pacientes não tem condições financeiras para segui-lo adequadamente. Nesse contexto, a ABF oferece suportes médicos, odontológicos, enfermagem e outros voluntários sensibilizados em abraçar a causa. A Associação Beija-Flor também presta assistência social, realizando doações de diversos materiais e meios necessários à sua recuperação, entre eles: vale-transporte, cesta-básica, kit higiene, leite em pó, roupas, brinquedos, fraldas e alimentação específica para a recuperação no pós-operatório.
Atendimentos
O médico aponta que a ABF possui vários projetos de reabilitação e reintegração sociais dos pacientes. “O nosso maior projeto é o Centro de Reabilitação de Deformidades Faciais do Ceará – Funface. Na qual assistimos todos os pacientes gratuitamente em diversas especialidades como: Fonoaudiologia, Ortodontia, Otorrino, Psicologia, Odontologia clínica e Cirurgia Buco-Maxilo-Facial. Todo o trabalho é mantido por doações e trabalho voluntário”, conta Dr. Ferreira.
É realizado, em média, 200 atendimentos por mês. Após passar por todo o tratamento, o portador da deficiência melhora bastante os problemas em relação a fala e o aspecto facial. “Nós temos mais de 2.000 pacientes catalogados em tratamento e o principal problema que acomete estes pacientes é a fissura labiopalatina (lábio leporino e o céu da boca aberto). Os pacientes nos procuram através de demanda espontânea, não deixamos de atender nenhum”, revela o co-fundador da ABF.
Doações
Um dos principais desafios da entidade, destaca Dr. Ferreira, é o custeio do trabalho. Ele diz que o pouco conhecimento da população sobre esses problemas é um desafio a ser superado. “No Ceará são mais de quinze mil pessoas acometidas. O outro engano é achar que uma cirurgia resolve o problema, mas na verdade é um tratamento complexo, multiprofissional e que demora mais de dezoito anos”, argumenta.
Atualmente, revela o médico, a ABF vive de doações e trabalho voluntário. “Precisamos da ajuda de todos, que se sensibilizem com esta causa. Vivemos em eterna campanha, pois além do atendimento clínico e cirúrgico multiprofissional diário, temos projetos de apoio social e psicológico. Procuramos fazer com que eles tenham a oportunidade de ser igual a todo mundo. E vivemos sempre em campanha de arrecadação de fundos para manter este trabalho”, afirma.
Avanços
Mesmo com grandes desafios pela frente, a Associação Beija-Flor também contabiliza avanços. De acordo com Dr. Ferreira, hoje, a entidade conta com sede própria e oferece cursos de capacitação para os pacientes. “Temos uma sede, fazemos atendimento de uma parcela de pacientes que não tinha onde ser atendida, oferecemos cursos de capacitação para o mercado de trabalho e ajudamos na busca do primeiro emprego. Caminhamos com os pacientes até que eles possam caminhar sozinhos”, destaca.
Saiba Mais
Em agosto, a Associação Beija-Flor promove a Semana do Paciente Fissurado 2014. “É uma semana que procuramos sensibilizar toda sociedade para este problema, tão esquecido por todos, pois é comum tomar conhecimento apenas quando acomete alguém da família. E esta semana é um movimento estadual onde acontecerão atividades no Hospital Infantil Albert Sabin, UNIFOR e na sede da ABF. Necessitamos também de espaço nos meios de comunicação para esclarecer a sociedade”, conclui Dr. Ferreira.
Mais informações
Associação Beija-Flor-Funface
Endereço: Av Alberto Craveiro, 2222, Bairro Castelão.
Telefone: (85) 3088-3900
Doações: (85) 3295-0812 / 3088-3900
*Crédito da foto: divulgação/Associação Beija-Flor-Funface
Boa Notícia
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