11/12/2014

Já não escravos, mas irmãos

Em mensagem para o Dia Mundial da Paz, papa Francisco exorta fiéis a combaterem a escravidão moderna.



A “exploração do homem por parte do homem” constitui uma “chaga” e um “fenômeno abominável” que ““leva a espezinhar os direitos fundamentais do outro e a aniquilar a liberdade e a dignidade”. Essa foi a mensagem escrita pelo papa Francisco para o Dia Mundial da paz de 2015 – dedicada ao tema “Já não escravos mas irmãos” – convidando as pessoas a vencerem a indiferença e a “realizar gestos de fraternidade em relação a quantos são mantidos em estado de escravidão”.

Em particular, o pontífice lança “um urgente apelo a todos os homens e mulheres de boa vontade, e a quantos são testemunhas, de perto ou de longe, também nos níveis mais altos das instituições, da chaga da escravidão contemporânea”, exortando-os a “não se tornarem cúmplices deste mal” e a “não desviar o olhar perante os sofrimentos dos seus irmãos e irmãs em humanidade, privados da liberdade e da dignidade”.


Na mensagem, Francisco enumera “os numerosos aspectos da escravidão” – trabalhadores sem tutela, migrantes submetidos a privações e vexações, pessoas obrigadas a prostituir-se, menores e adultos envolvidos no tráfico de seres humanos, vítimas dos grupos terroristas – analisando as suas causas e invocando um compromisso comum para contrastar um fenômeno em cuja raiz, recordou “está um conceito da pessoa humana que admite a possibilidade de a tratar como um objeto”.


O texto da mensagem foi publicado na manhã dessa quarta-feira (10), logo a seguir à audiência geral que o papa – dando início a uma nova série de catequeses sobre o tema da família, que esteve presente no recente Sínodo dosBbispos.


Ao percorrer os momentos principais do Sínodo, Francisco frisou sobretudo o estilo de “franqueza” que caracterizou o debate e o objetivo da “transparência” que orientou a publicação dos três “documentos oficiais” que surgiram da assembleia: a mensagem final, a “relatio Synodi” e o seu discurso conclusivo. “Tudo – garantiu – aconteceu ‘cum Petro et sub Petro’, ou seja, com a presença do papa, que para todos é garantia de liberdade, confiança e ortodoxia”.


SIR/L’Osservatore Romano

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