Congregação para a Educação Católica publica orientações para a promoção de novas vocações
Cidade do Vaticano, 25 jun 2012 (Ecclesia) – A Santa Sé publicou hoje um conjunto de orientações para a promoção de novas vocações ao sacerdócio, destacando a importância do celibato e da “maturidade afetiva” dos candidatos a esta missão.
“Uma mentalidade secularizada, bem como opiniões erróneas no seio da Igreja, levam a desprezar o carisma e a escolha celibatária”, assinala o documento da Congregação para a Educação Católica (CEC), que conta com a aprovação de Bento XVI. O texto, apresentado em conferência de imprensa no Vaticano, admite a existência de “graves efeitos negativos” que decorrem da “incoerência e do escândalo causado pela infidelidade aos deveres do ministério sacerdotal”, como aconteceu nos casos de “abusos sexuais”. “A integração e a maturidade afetiva são uma meta necessária”, refere a CEC, pedindo aos responsáveis pelos seminários que evitem fazer “propostas vocacionais” a pessoas que estejam “marcadas por profundas fragilidades humanas”. Outro aspeto destacado nas orientações pastorais é a “gradual marginalização do sacerdote da vida social”, com a consequente “perda de relevância pública”. A Santa Sé alerta, por outro lado, para o risco de um “ativismo exagerado”, por parte dos padres, que leva a uma “sobrecarga de trabalho pastoral”. No documento aponta-se para uma “preocupante queda numérica dos sacerdotes”, a que se soma “o aumento da sua média de idade”. Esta situação é particularmente sentida na Europa, onde entre 2000 e 2010 o número de seminaristas passou de 20 564 para 26 879, em sentido contrário ao que aconteceu em África; na Ásia, os seminaristas passaram de 25 174 para 33 282, no mesmo período. O prefeito da CEC, cardeal Zenon Grocholewski, disse aos jornalistas que o objetivo das orientações é “convidar toda a comunidade eclesial a uma renovada tomada de consciência da responsabilidade educativa e pastoral na promoção de vocações ao sacerdócio”. O texto, acrescentou, procura “oferecer uma ideia clara da figura do sacerdócio ministerial e da necessidade da sua presença”. No documento são sintetizadas as respostas de uma consulta elaborada às conferências episcopais, em 2008, com o objetivo de recolher sugestões e dados sobre a situação de cada país. O cardeal Grocholewski afirmou que a “queda demográfica e a crise da família”, aliadas à difusão de uma “mentalidade secularizada” têm tido consequências na quebra do número de padres nalgumas regiões do globo. As orientações pastorais agora publicadas pela Santa Sé propõem a criação de um ‘mosteiro invisível’, reunindo pessoas em oração “contínua” pelas vocações sacerdotais. A CEC refere ainda a importância crescente das experiências de voluntariado para a descoberta do “chamamento ao sacerdócio” e recorda as possibilidades abertas pelo “serviço ao altar” (acólitos) para “outras formas de serviço na comunidade cristã”. OC |
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