27/04/2013

Coqueluche: aumento nos casos reforça necessidade de vacinação


A doença, que pode ser fatal para bebês, é transmitida por gotículas eliminadas durante a fala

Por Cristina Sanches

A coqueluche é uma doença infecciosa causada pela bactéria Bordetella pertussis e compromete principalmente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios). É transmitida pelo contato direto da pessoa doente com outra suscetível (não vacinada), por meio de gotículas de saliva expelidas pela tosse, espirro ou fala. A doença pode ocorrer em qualquer época do ano e em qualquer fase da vida, mas as crianças menores de dois anos têm maior probabilidade de adoecerem, sendo que os lactentes, ou seja, bebês com menos de seis meses, são os mais propensos a apresentar formas graves da doença, com complicações pulmonares, neurológicas, hemorrágicas e desidratação que pode inclusive evoluir para a morte. 

Desde meados de 2011, o número de casos de coqueluche vem aumentando, não só no Estado de Minas Gerais, mas também em todo o país. Segundo o Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), em Minas, no ano de 2011, foram confirmados 82 casos de coqueluche; em 2012, 300. Já em 2013, até o momento, foram confirmados 106 casos. “Estamos com muitos casos de coqueluche acontecendo no Brasil e no mundo, aumento muito grande nos últimos anos, devido, principalmente, aos adultos não vacinados”, diz a médica responsável técnica em vacina do Hermes Pardini, Marilene Lucinda.

A única forma de evitar o contágio da coqueluche é por meio da vacinação. A vacina tríplice clássica (DPT) contra difteria, coqueluche (pertussis) e tétano faz parte do Calendário Oficial de Vacinação do Ministério da Saúde e deve ser aplicada aos dois, quatro e seis meses de idade, com doses de reforço aos 15 meses e aos 5 anos.  Entretanto, os especialistas alertam para a importância da vacinação adulta. “É importante que adolescentes, adultos e idosos (este último considerado grupo de risco) reforcem a vacinação, pois com o passar dos anos a imunidade cai, deixando-os suscetíveis à doença. Dessa forma, eles evitam o contágio da coqueluche e a sua transmissão às crianças”, diz a Dra. Marilene.

A imunização contra coqueluche dura em média dez anos. Há alguns anos, a vacina para coqueluche só era disponível para crianças, mas atualmente os adultos também podem se prevenir e obter o reforço da imunização feita na infância nas clínicas particulares. 

A Dra. Marilene Lucinda alerta, também, para a importância da vacinação das gestantes após a 20ª semana de gestação ou no puerpério (pós-parto imediato). “Ao tomar a vacina, a grávida não só fica protegida contra a doença como evita que ela seja transmitida para seu bebê e ainda passa anticorpos para seu filho por meio da placenta e da amamentação”, explica Marilene Lucinda.

Felizmente, adultos e crianças já vacinados dificilmente voltam a contrair a doença, a não ser que sejam expostos ao contato íntimo com um portador de coqueluche ou nos surtos da doença.

Sintomas

Os sintomas duram cerca de seis semanas e podem ser divididos em três estágios consecutivos;

a) estágio catarral (uma ou duas semanas): febre baixa, coriza, espirros, lacrimejamento, falta de apetite, mal-estar, tosse noturna, sintomas que, nessa fase, podem ser confundidos com os da gripe e resfriados comuns;

b) estágio paroxístico (duas semanas): acessos de tosse paroxística, ou espasmódica. De início repentino, esses episódios são breves, mas ocorrem um atrás do outro, sucessivamente, sem que o doente tenha condições de respirar entre eles e são seguidos por uma inspiração profunda que provoca um som agudo parecido com um guincho. Os períodos de falta de ar e o esforço para tossir deixam a face azulada (cianose) e podem provocar vômitos;

c) estágio de convalescença: em geral, a partir da quarta semana, os sintomas vão regredindo até desaparecerem completamente.

Diagnóstico

O diagnóstico é basicamente clínico. Em grande parte dos casos, exames laboratoriais podem ajudar a determinar a presença da bactéria Bordetella pertussis em amostras retiradas da nasofaringe.
Divulgação
Dom Total

Nenhum comentário :

Postar um comentário