A data de 21 de abril tem uma grande importância à história da Nação; nela se presta homenagem a JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER, o TIRADENTES, revolucionário de 1789 e que foi enforcado pela repressão portuguesa, no reinado de D. Maria I, a “Rainha Louca”. Também foi a 21 de abril faleceu em São Paulo, após longa agonia, Tancredo Neves, que seria o primeiro presidente após o golpe militar de 1964. Ainda neste dia, nasceu em Santos em 1931, o governador Mário Covas, falecido a 06 de março de 2001.
Entre os fatos destacados, por uma questão de ascendência, enfocaremos a Inconfidência Mineira e seu mártir. Para muitos historiadores, o caso de Tiradentes é relevante por ele ter participado de uma conspiração, junto com figuras proeminentes da vida econômica e cultural da sociedade mineira e que pretendiam realizar a independência do país, ou melhor, de Minas Gerais e capitanias vizinhas.
A razão mais forte do movimento era a constatação da decadência em que se encontravam as finanças públicas e a política fiscal extorsiva do Governo português, ameaçadora de devassas e arbítrios para o recebimento de tributos. Os conspiradores tinham inúmeros planos: pretendiam criar um exército brasileiro, montarem indústrias e fundarem uma universidade. Fizeram até uma bandeira, com os dizeres, “LIBERDADE, AINDA QUE TARDIA”.
Com a delação do grupo por um de seus integrantes, Joaquim Silvério dos Reis, os bravos patriotas – poetas, magistrados, sacerdotes, advogados, militares – foram tidos como subversivos e condenados por tentarem livrar o Brasil do jugo português. Sofreram sérias sanções, como as deportações de José Álvares Manuel para Angola e Tomaz Antonio Gonzaga para Moçambique, constituindo-se na pior punição, no entanto, a que recaiu sobre Tiradentes: foi enforcado e seu corpo esquartejado.
Apesar dos atos inibitórios e repressivos dos portugueses, as idéias libertárias prosperaram, ganharam novos adeptos e se estenderam por quase todo o território nacional, até que em 1822 foi proclamada a independência do país.
O mártir da Inconfidência queria não somente libertar o País do domínio colonial, como alinhá-lo com as nações desenvolvidas do seu tempo. Tiradentes será sempre o profeta daquele Brasil com que sonham todos os brasileiros, não apenas uma nação livre e soberana, como uma sociedade capaz de construir-se a si mesma a partir de suas próprias forças.
Aproveitemos a data para uma reflexão: o Brasil necessita procurar a sua identidade, cultuar os seus heróis como Tiradentes e banir os inúmeros traidores que impedem o seu progresso, por interesses pessoais ou de grupos ainda não admitem uma vida digna para todos e lutam contra o pleno Estado de Direito, tão almejado à consolidação da verdadeira democracia. Está mais do que na hora de separarmos o joio do trigo (ou os traidores dos heróis).
*JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor, professor universitário e autor de vários livros, entre os quais “Manual de Títulos de Crédito” (Ed. Litearte).
CatolicaNet
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