02/02/2015

Amigo é coisa pra se guardar...

Animais são capazes de sentir amor e compaixão, às vezes mais até do que seres humanos.


Por Marco Lacerda*





Todo o amor e amizade que animais são capazes de oferecer <i></i>




Todo o amor e amizade que animais são capazes de oferecer <i></i>




Todo o amor e amizade que animais são capazes de oferecer <i></i>




Todo o amor e amizade que animais são capazes de oferecer <i></i>




Todo o amor e amizade que animais são capazes de oferecer <i></i>




Todo o amor e amizade que animais são capazes de oferecer <i></i>




Todo o amor e amizade que animais são capazes de oferecer <i></i>




Todo o amor e amizade que animais são capazes de oferecer <i></i>




Todo o amor e amizade que animais são capazes de oferecer <i></i>




Todo o amor e amizade que animais são capazes de oferecer <i></i>




Todo o amor e amizade que animais são capazes de oferecer <i></i>




Todo o amor e amizade que animais são capazes de oferecer <i></i>




Todo o amor e amizade que animais são capazes de oferecer <i></i>




Todo o amor e amizade que animais são capazes de oferecer <i></i>




Todo o amor e amizade que animais são capazes de oferecer <i></i>




Todo o amor e amizade que animais são capazes de oferecer <i></i>




Todo o amor e amizade que animais são capazes de oferecer <i></i>




Diz o dito popular que quem tem um amigo, tem um tesouro. Ao estudar as relações de amizade, cientistas descobriram coisas espantosas, como o fato de que compartilhamos mais genes com amigos que com desconhecidos, que somos mais atraentes quando estamos com um grupo de amigos e que com apenas nove meses de idade já entendemos o conceito de amizade.

Hoje se sabe que tudo isso se aplica também ao reino animal. Animais não são seres inferiores a nós; muito pelo contrário, eles são capazes de sentir amor e compaixão, muitas vezes mais até do que certos seres humanos. Por que animais fazem amizades improváveis? Alguns deles, como leões, cães e elefantes, são conhecidos por forjarem relações sociais fortes ou mesmo redes de apoio em estado selvagem. Na ausência de seus semelhantes, faz sentido que eles busquem relações sociais fora de sua própria espécie.


Outros animais, mais solitários, podem formar relações de pai e filho com animais com os quais passam muito tempo, ou que ajudaram a criá-los, especialmente se seus próprios pais estiverem ausentes. Seja qual for o motivo, essas amizades incomuns mostram que os animais podem ser emocionalmente muito mais complexos do que supomos. A amizade entre animais de espécies diferentes não é possível apenas nos desenhos animados.


O abrigo “Rocky Ridge Refuge”, localizado em Arkansas, nos Estados Unidos, é um local onde tartarugas, capivaras, veados, ovelhas, porcos, cavalinhos, cães e os mais diversos bichos convivem em harmonia.


Janice Wolf idealizou o abrigo há 20 anos e, desde então, conta com a ajuda de voluntários e doações de alimentos e recursos para manter os animais que vivem no lugar. “O mais divertido é perceber a amizade verdadeira que é construída entre eles ao longo do tempo”, conta Janice sobre sua experiência.


A norte-americana teve a ideia de divulgar fotos dos bichos na página oficial do abrigo no Facebook. Em poucos meses, o endereço ganhou mais de 60 mil seguidores. O grupo aguarda ansioso pelas imagens dos bichinhos e chega a mandar mensagens pedindo novas fotos. “Quanto mais diferentes são os animais retratados na foto da amizade, mais sucesso a imagem faz entre os internautas”, afirma Janice.


As fotos também já ajudaram a solucionar problemas financeiros do abrigo. Em um ano bastante difícil, Janice teve a ideia de reunir as imagens e vender em forma de calendário. O sucesso de vendas obrigou a americana a, desde então, investir no produto todos os anos.


Amigo é para essa coisas


O livro “Unlikely Friendships” (Amizades improváveis, na versão em português) mostra animais de espécies diferentes que foram flagrados em momentos de “amizade”. As 47 histórias compiladas pela escritora da National Geographic Jennifer S. Holland, especializada em ciência e história natural, mostram desde casos conhecidos, como o da gorila americana Koko e seu gato de estimação All Ball, até outros mais recentes.


A autora diz que, em alguns casos, o comportamento dos animais pode ser explicado pelos benefícios que eles ganham com a companhia de outras espécies. Outros permanecem inexplicáveis, como a amizade entre um cachorro golden retriever e uma carpa chinesa, criados por um casal americano.


Foi em Samburu, reserva nacional do Quênia que ocorreu uma união aparentemente bíblica. Uma amizade que os locais chamam de “uma mensagem de Deus”. Este acontecimento notável foi a ligação pacífica que se formou entre um bebê antílope e um leão, a quem foi dado o nome de Kamunyak, ou “aventurado”.


As pessoas vieram, desejando ver o estranho par com seus próprios olhos, questionando quanto tempo o predador teria cuidado de sua presa. A leoa, que não tinha filhotes, deixou seu orgulho e seus instintos naturais de lado e adotou o antílope Oryx. Ela caminha com ele, dorme com ele e desenvolveu uma profunda intimidade social que desafia as leis da natureza. Os especialistas ficaram intrigados e consideram esse evento como um enigma.


Talvez você já tenha ouvido falar de Koko, a primata de 104 kg, que usou a língua de sinais para se comunicar com sua professora, Francine “Penny” Paterson, dizendo que para seu aniversário ela queria um gato. Francine não ficou surpresa, os dois livros que Koko mais amava eram ambos sobre gatos. Um gatinho de pelúcia não foi suficiente, então um real foi escolhido de uma ninhada abandonada e foi dado a Koko, que cuidou da gata até o dia emque ela escapou e foi tragicamente morta por um carro.


Koko ficou muito triste com o que aconteceu, mas seu humor melhorou quando ela foi apresentada a dois novos gatinhos que precisavam de um lar. As pessoas ficaram impressionadas com o instinto materno que se aflorou novamente em Koko.


Quando Themba, o elefante, perdeu a mãe com apenas seis meses de idade, era esperado que  a reserva natural sul-africana viesse adotá-lo, mas isso não aconteceu. Na idade de Themba, a ligação entre mãe e filho foi uma perda muito difícil. Os funcionários do centro de reabilitação de animais selvagens de Shamwari em Eastern Cape, pensaram em tentar replicar o que uma vez já havia dado certo, o sucesso de unir animais selvagens sem mãe com carneiros domésticos. Foi então que de uma fazenda próxima veio Albert.


Ovelhas têm uma notável inteligência emocional e podem reconhecer indivíduos e expressões. Estas qualidades deixaram o pessoal  do centro de reabilitação esperançoso de que se formaria uma ligação entre Themba e Albert, já que elefantes são caracteristicamente brilhantes e sociais. Embora tenha levado algum tempo, os dois animais cresceram e se tornaram inseparáveis, passando seus dias explorando o recinto por comida, dormindo juntos e brincando.


Exemplos de amor incondicional


Helen Jürlau, a “mãe” humana de Sharky,  diz que ser pai foi o paraíso para esse pitbull que sempre gostou de estar cercado por seus filhotes. O cão jovem não teve nenhum problema em expandir sua família, incluindo então um gato siamês, Max, e um grupo de pintinhos que são estranhamente apaixonados por ele. Jürlau suspeita que Sharky tem um instinto protetor em relação a criaturas menores do que ele.


A notícia se espalhou pelo mundo: um cachorro da raça Boxer se jogou na frente de um assaltante para salvar seu dono e acabou baleado. Assustado, desapareceu e foi considerado morto pela família, que vive no Texas, EUA. Dois meses depois, foi encontrado numa cidade próxima e, assim que viu o dono, pulou em seu colo, comprovando que a amizade entre animais e o homem desafia a lógica, o instinto animal e até a distância.


A relação do homem com os animais é muito antiga. Parece que a mais remota é com os auroques (espécie de bovinos já extintos), que serviam para a sobrevivência do homem. Essa relação foi se aprofundando e surgiu a co-habitação e domesticação de algumas espécies como ovelhas, aves e gatos. A domesticação dos cavalos trouxe grande progresso para a humanidade. O homem descobriu a afeição pelos animais, e o cão foi, posteriormente, eleito “o melhor amigo do homem”. Mais recentemente, projetos científicos mostraram e elaboraram formas de relacionamento que trazem benefícios psicológicos e até físicos para o homem, como é o caso da equitação.


Os animais, então, serviam para o alimento, os serviços gerais e certa amizade, figurada na imagem do cão. Na ideia do domínio natural do homem sobre os animais, o termo usado para se referir aos bichos que alguém cuida em sua propriedade é “criação”. Sempre, por mais que se amasse um animal, ele nunca seria mais do que uma “criação”.


Porém, no êxtase do individualismo da pós-modernidade, os animais estão ganhando um novo significado e status na relação com seus donos. É o status amoroso. Em um mundo no qual o homem desiste dos homens, sobram os animais. Qualquer tipo de relação afetiva com uma pessoa humana é exigente, porque a perseverança no afeto pede o amor, e este é exigente. Para evitar esse risco, muitos decidiram ficar sozinhos e manter relacionamentos distantes, pouco comprometidos. Nessa lógica, muitos casais resolveram não ter filhos, ou, quando muito um ou dois, que para eles já é demais. Optaram pelo individualismo institucionalizado. Mas a solidão é o fruto indesejável desse individualismo e o homem não foi feito para viver só. Então, como equacionar a crise da solidão individualista?


O amor aos animais pode ser a solução! É simples, compro um bichinho e passo a ter um relacionamento amoroso com ele. Ele passa a ser o amigo, o filho, o confidente. Ele satisfaz minhas carências, é uma companhia, mas anda segundo minhas determinações e obedece meu estilo de vida, porque eu sou o dono dele. Ainda melhor, ele nunca vai exigir meu amor, simplesmente porque, não sendo livre, tem poucas vontades e, assim, o nosso amor nunca passará de um grande afeto. É uma boa solução, mas, na verdade, não resolve o problema da solidão, pois esta só é vencida na plenitude do amor entre duas pessoas.


O incrível amor das “pessoas não humanas”. Veja o vídeo:



*Marco Lacerda é jornalista, escritor e Editor Especial do Domtotal


http://goo.gl/0KIEtB

Nenhum comentário :

Postar um comentário