30/11/2011

Denúncia de «crimes de guerra contra minorias étnicas»

Enquanto a secretário de estado norte-americano, Hillary Clinton, se prepara para visitar a Birmânia, duas organizações não-governamentais – a “Partners” e a “Christian Solidarity Worldwide” (CSW)  - apresentaram em Banguecoque um novo relatório intitulado “Crimes no norte da Birmânia”. O documento de 60 páginas foi preparado depois de missões de investigação terem recolhido testemunhos directos nas áreas do conflito. Contém textos, testemunhos pessoais e fotografias que provam as atrocidades que são cometidas na guerra civil em curso.

Desde 9 de Junho último, foram retomadas no estado Kachin, norte da Birmânia, violentas hostilidades entre o exército birmanês e o Exército Independente Kachin. Os membros das duas organizações estiveram na zona do conflito e recolheram testemunhos de assassinatos, disparos sobre civis, utilização de escudos humanos, prisões e detenções ilegais, deslocações e trabalhos forçados, furto e destruição de propriedade. “Enquanto se fala de reformas políticas, a situação das minorias étnicas é a pior desde há décadas com abusos que violam o direito internacional e humanitário”.  Já fugiram do conflito mais de 30 mil civis.

A organização Partners convida a secretário de estado Hillary Clinton a promover um cessar-fogo imediato, acompanhado de reformas políticas. A outra organização, Christian Solidarity Worldwide, escreveu uma carta aberta a Hillary Clinton solicitando que “o regime cesse de atacar as minorias étnicas, a declarar um cessar-fogo a nível nacional, a libertar os prisioneiros políticos, a empenhar-se num processo significativo de diálogo com as minorias étnicas e o movimento democrático di Aung San Suu Kyi”. A organização denuncia “graves e constantes abusos dos direitos humanos cometidos pelo exército birmanês nas áreas étnicas e, em particular, no estado Kachin”. Condena a violação da liberdade religiosa com “ataques a pastores cristãos, sacerdotes e igrejas do estado de Kachin, a discriminação dos povos muçulmanos Rohingya e o arrastar-se da detenção de monges budistas”.

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