12/01/2012

Cortejo chega ao Bonfim e baianas fazem a lavagem das escadarias

Fiéis percorreram 8 quilômetros pelas ruas da Cidade Baixa, em Salvador.
Eles aproveitam percurso para fazer pedidos ao Senhor do Bonfim.

Lílian MarquesDo G1 BA
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Lavagem do Bonfim (Foto: Lílian Marques/G1)Cerca de 300 baianas participaram do cortejo ao lado de devotos (Foto: Lílian Marques/G1)
O cortejo de baianas e de milhares de fiéis pelas ruas da Cidade Baixa, em Salvador, chegou por volta das 11h30 desta quinta-feira (12), ao templo do Senhor do Bonfim, onde foi realizada a tradicional lavagem das escadarias. O padre Edson Menezes fez um pronunciamento religioso de uma das janelas da igreja, que está fechada, e ergue a imagem de Nosso Senhor do Bonfim. Milhares de devotos que seguiram o cortejo e que já esperavam a chegada dele no local acompanharam o Hino ao Senhor do Bonfim, iniciado pelo padre.
Uma comitiva de políticos e integrantes da escola de samba carioca Portela chegaram junto com as baianas ao local. As escadarias começaram a ser lavadas após saudações dos fiéis ao Senhor do Bonfim. De acordo com a Empresa Salvador Turismo (Saltur), cerca de 300 baianas participam da festa, uma das mais tradicionais da Bahia. Centenas de turistas também acompanham o ritual.
O cortejo que segue para a Lavagem do Bonfim saiu da Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no bairro do Comércio, por volta das 8h30 desta quinta-feira (12). Os fiéis percorreram 8 km até a Colina Sagrada. Na saída do cortejo, o padre Valter Sanches, da Basílica da Nossa Senhora da Conceição da Praia, abriu a cerimônia intereligiosa que contou com a participação de representantes da Igreja Batista, da Federação Espírita da Bahia, da Federação do Culto afro-brasileiro e do hinduísmo estiveram presentes. De acordo a Saltur, 34 entidades participam do cortejo.
O casal Antônio Carlos e Maria Helena levaram a neta Queise Kely, de 5 anos, para acompanhar a lavagem. Toda de branco como os avós, a menina diz que adora ver a festa. O avó explica que é devoto há muito tempo e que desde que a neta é pequena a traz para a Lavagem do Bonfim. Esse ano, ele conta que só pede ao senhor do Bonfim saúde e paz, e que vem agradecer por graças sempre alcaçadas.
A baiana Marina Jupira, participa do cortejo há cinco anos. Emocionada, ela conta que tem muito a agradecer ao senhor do Bonfim. “Tenho muitas graças alcançadas, passo o ano todo me preparando para ele [senhor do Bonfim], para esse momento de fé e agradecimento”, relata.
O auxiliar de manutenção na construção civil Cláudio Almeida, acompanhou o cortejo com o bloco Filhos de Gandhy. Há dez anos ele participa da festa. “A lavagem é show de bola, gosto muito dessa energia do Gandhy, sou devoto de Gandhy e de senhor do Bonfim”, conta.
A lavagem teve início em 1754, quando a imagem do senhor do Bonfim, vinda de Portugal, foi transferida para a igreja da Penha, em Itapagipe, para a igreja do Bonfim. A lavagem do adro da igreja era feita com água de cheiro pelos escravos, mas foi proibida pela Arquidiocese de Salvador em 1889. O ritual voltou a ser feito em 1950 pelo candomblé.

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