Delicado trabalho passa por diversas etapas e exige dezenas de horas.
Empresa R.S. Owens é o único local a fabricar o troféu desde 1982.
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As célebres estatuetas dos Oscar, entregues anualmente nos Estados Unidos, para premiar astros e estrelas e as produções do cinema mundial são, ainda hoje, fabricadas artesanalmente num estabelecimento de Chicago.
Sua elaboração passa por um longo processo: em primeiro lugar, uma liga de metal derretido, na forma de duas grandes gotas de água de estanho, é colocada delicadamente em moldes para esfriar. Em seguida, vem a parte do corte dos excessos e o polimento propriamente dito, que exigem 40 longas e delicadas horas de trabalho, como parte do preparo das figuras para as luzes de Hollywood.
Uma vez retiradas todas as imperfeições, as estatuetas - com a forma tão característica de um cavaleiro com um queixo quadrado, de peito largo onde apoia uma espada - são mergulhados numa fusão de cobre, níquel, prata e ouro 24 quilates. Uma nova sessão de polimento é exigida antes de uma última demão de laca, depois os troféus são dispostos com delicadeza por mãos treinadas e enluvadas sobre seu pedestal maciço.
A Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood, que concede o prêmio mais famoso da indústria do cinema americano, está determinada a conservar este processo de fabricação artesanal, devido à sua qualidade.
Um dos riscos que não quer incorrer é ver repetir o episódio da entrega dos Golden Globes, Os Globos de Ouro (outros prêmios do cinema) do ano passado, quando o ator americano Robert De Niro chegou para a entrevista à imprensa sem seu troféu, porque a estatueta em questão perdeu a cabeça. "A parte de cima caiu", disse ele aos jornalistas, acrescentando: "eles terão que soldá-la novamente".
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A empresa R.S. Owens, de Chicago, é o único local a fabricar os célebres Oscar desde 1982. A maior parte dos troféus, mais baratos, são, hoje em dia, produzidos na China. R.S. Owens pôde resistir a essa tendência, concentrando-se nos troféus "de luxo", tais como os Oscar, os MTV Music Awards ou os Emmys.
A companhia, no entanto, não pôde evitar a demissão de cerca de um terço de seu pessoal após a crise econômica de 2008, quando já lutava contra uma diminuição constante de sua clientela.
"No passado, uma grande parte dos clientes que perdemos não se preocupava com que seus troféus fossem fabricados na China", comentou Scott Siegel, filho do fundador da R.S. Owens, em 1938.
"Eles só se interessavam pelos custos (de fabricação) e a tendência foi acentuada quando a recessão bateu forte", disse Siegel, lembrando que vê, no entanto, sinais de mudança porque "as pessoas mostram-se muito interessadas, agora, em proteger os empregos nos Estados Unidos".
Alguns clientes voltam, devido à qualidade dos produtos fabricados pela empresa mas, também, por um serviço perfeito e rápido, que fez a reputação da R.S. Owens.
Scott Siegel conta, também, com orgulho, como sua empresa reagiu rapidamente, quando um carregamento de 55 estatuetas do Oscar foi roubado algumas semanas antes da entrega dos prêmios, com seus empregados trabalhando noite e dia para conseguir, em apenas dez dias (contra as seis semanas do tempo normal), para produzir novas figuras.
As indicações para a 84ª cerimônia de entrega dos Oscar serão anunciadas nesta terça-feira, 13h30 (12h30 em Brasília), e a entrega dos prêmios está prevista para o dia 26 de fevereiro, em Hollywood.
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